Ortodoxia, vem da palavra grega "orthodoxia" (de orthos "certo", e doxa "opinião"), o que significa crença correta, em contraste com a heresia ou a heterodoxia que é o desvio de princípios doutrinários [antônimo de ortodoxo]. Essa palavra para nós expressa a idéia de que certas declarações sintetizam com exatidão o conteúdo do Cristianismo às verdades reveladas e, portanto, são por sua própria natureza normativas para a igreja universal.
A idéia da ortodoxia veio a ser importante na igreja a partir do século II por causa de conflitos, primeiramente com o gnosticismo e depois com outros erros a respeito da trindade e da pessoa de Cristo. A aceitação rigorosa da "regra de fé"(regula fidei) era exigida como uma condição prévia da comunhão, e surgiu uma multiplicidade de credos que explicavam essa "regra". Seja qual fosse a questão, as ESCRITURAS sempre eram o suporte para se definir a ortodoxia da Igreja.
É motivo de grande satisfação notarmos que as Escrituras contêm todos os fatos da teologia, admitindo verdades intuitivas, tanto intelectuais como morais, por causa da nossa constituição como seres racionais e morais.
Ao mesmo tempo admitem as Escrituras o poder controlador sobre as crenças exercido pelo ensino intimo do Espírito Santo, ou seja a experiência religiosa.
Esta verdade ao bem se ilustra na palavra do apóstolo Paulo que disse:
"A minha palavra, e a minha pregação não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder" (1 Cor. 2:4).
Esse ensino ou "demonstração" íntima do Espírito Santo limita-se às verdades objetivamente reveladas nas Escrituras, não como revelação de novas verdades, mas como iluminação da mente que a torna apta para perceber a verdade, a excelência e a glória das coisas anteriormente reveladas.
Assim disse o apóstolo Paulo em continuação da passagem:
"Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.
Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.
Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Cor. 2:10-16).
Essa posição doutrinária e bíblica, simples e espiritual, deve ser a posição tomada por nós, posição do apóstolo Paulo. Uma pósição ORTODOXA.
Nessa posição a Bíblia contém todos os fatos e todas as verdades reveladas pelo Espírito de Deus ao homem.
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