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-Da criação até o Dilúvio-

-Da criação até o Dilúvio-


Algumas dificuldades são encontradas no livro de Gênesis, nos relatos sobre a criação até o dilúvio, os criticos apontam contradições, mas onde muitos vêem contradições, eu vejo soluções. 

Quanto a fidedignidade dos relatos bíblicos, para isso existe arqueologia e a critica textual, disponibilizarei em breve aqui no site, provas arqueologicas e depoimentos acadêmicos,  os criticos precisam derrubar o que estas duas ciências tratam acerca da Bíblia.

No que compete aos fatos históricos nela descritos, negá-los é apenas ignorância. Já quanto aos milagres nela revelados é uma questão de fé. Não se tem como reproduzí-los apenas para prová-los. O argumento de que supostamente a Bíblia pode ter sido alterada e blábláblá é uma falácia da presuposição. Mais uma vez, os criticos precisam provar que isto ocorreu.

 Aconselho a todos a leitura dos dois livros do Josh McDowell "Evidências que Exigem um Veredito Vol. I e II".

E o Manual popular, escrito por Norman Geiler e Thomas Howe, que por 40 anos se entreteram em desvendar os enigmas da bíblia descontradizendo supostas cotradições.

 

Abaixo as supostas contradições serão analisadas a luz dos textos bíblicos e prontamente esclarecidas.



1- Como o universo pode ter tido um "princípio", se a ciência moderna diz que a energia é eterna?

 

 De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica: "a energia não pode ser criada, nem destruída". Sendo assim, então, o universo é eterno, já que ele é feito de energia, que é indestrutível. Entretanto, a Bíblia indica que o universo teve um "princípio" e que não existia antes de Deus o ter criado (Gn 1:1). Não é isto uma contradição entre a Bíblia e a ciência?

 

Resposta: Há um conflito de opiniões aqui, mas na realidade não há contradição alguma.

A evidência dos fatos indica que o universo não é eterno, mas que realmente teve um princípio, tal como a Bíblia diz.


Algumas observações são relevantes para entendermos esta questão.


Em primeiro lugar, a Primeira Lei da Termodinâmica, com freqüência, é incorretamente enunciada com a expressão:"a energia não pode ser criada".

Entretanto, a ciência baseia-se na observação, e afirmações como esta - que diz que a energia não pode ser criada - não se baseiam na observação (como qualquer afirmação que use "pode" ou "não pode"), mas são afirmações dogmáticas.


A Primeira Lei da Termodinâmica deveria ser corretamente enunciada da seguinte maneira:

"[Até o ponto em que se pode observar] o total de energia presente no universo permanece constante". Ou seja, pelo que se sabe, a quantidade total de energia presente no universo não está diminuindo nem aumentando. Posto desta forma, a Primeira Lei não faz referência alguma quanto à origem da energia nem quanto ao tempo em que ela está presente no universo. Assim, ela não contradiz a declaração de Gênesis de que Deus criou o universo.

Em segundo lugar, outra lei científica perfeitamente aceita é a Segunda Lei da Termodinâmica.

Ela afirma que "o total da energia utilizável no universo está diminuindo". De acordo com esta lei, o universo está decaindo. Sua energia está sendo transformada em calor, que não é utilizável.

Sendo assim, o universo não é eterno, porque, se o fosse, a sua energia utilizável já se teria esgotado há muito tempo. Ou, em outras palavras, se o universo está se desfazendo (tendo a sua energia degradada), então houve um tempo em que toda a energia foi feita. Se houvesse uma quantidade infinita de energia, ela não estaria decaindo no universo.

Portanto, o universo teve um princípio, tal como Gênesis 1:1 diz.


2 - Como o autor de Gênesis podia saber o que aconteceu na criação, antes mesmo de ele haver sido criado?


A erudição tradicional cristã tem sustentado que os cinco primeiros livros da Bíblia foram escritos por Moisés. Os primeiros dois capítulos do livro de Gênesis descrevem os eventos da criação sob o enfoque de uma testemunha ocular. Entretanto, como poderia Moisés, ou qualquer outro ser humano, ter escrito esses capítulos, como observador desses fatos se ele não havia sido criado ainda?

 

Resposta: É claro que houve uma testemunha ocular da criação - Deus, o Criador. Estes capítulos, obviamente, são um registro da criação, que foi especificamente relatada por Deus a Moisés, por meio de uma revelação especial. A tendência para se fazer perguntas tais como:

"Como o cronista poderia saber que os minerais precederam as plantas e estas, os animais?", denuncia um preconceito contra o sobrenatural e uma recusa a considerar explicações alternativas, que não as propostas pela ciência naturalística.


3- Como poderia haver luz antes de o sol ter sido criado?

 O sol foi criado somente no quarto dia, contudo já havia luz no primeiro dia (Gênesis 1:3).

Resposta: O sol não é a única fonte de luz no universo. Além disso, é possível que ele já existisse desde o primeiro dia, tendo somente aparecido ou se feito visível (com a dissipação da neblina) no quarto dia. Vemos luz num dia nublado, mesmo quando não nos é possível ver o sol.


4-Por que a Bíblia usa o plural da primeira pessoa, quando Deus se refere a si mesmo?

Os eruditos cristãos e judeus afirmam que Deus é um só. Com efeito, a histórica confissão de fé de Israel é tirada de Deuteronômio 6:4, que diz: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Entretanto, se Deus é um só, por que este versículo em Gênesis traz o plural da primeira pessoa?

 

Resposta: Têm sido dadas muitas explicações no decorrer da história. Alguns comentaristas dizem que esse foi meramente um caso em que Deus estava se referindo aos anjos, Mas isto é improvável, já que no versículo 26 ele diz: "Façamos o homem à nossa imagem" e que o versículo 27 de Genesis 1 esclarece: "criou Deus... o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou", não à imagem dos anjos.


Outros têm declarado que o plural refere-se à Trindade. No NT (por exemplo, Jo 1:1) está claro que o Filho estava envolvido na criação dos céus e da terra. Gênesis 1:2 indica ainda que o Espírito Santo também estava envolvido no processo da criação.

Entretanto, estudantes da gramática hebraica destacam que o plural é requerido simplesmente porque a palavra empregada no original para "Deus" é elohim, que é uma palavra no plural ("Também disse Deus [elohim, no plural]: 'Façamos [no plural] o homem à nossa [no plural] imagem' "). Conseqüentemente, argumentam eles, esta afirmativa não pode ser usada para provar a doutrina da Trindade.


Ainda outros têm afirmado que o plural é empregado como uma figura de linguagem, chamada plural majestático. Com este emprego, Deus estaria falando a seu respeito de maneira a indicar que todo o seu poder e sabedoria majestáticos estariam envolvidos na criação do homem.


Como foi observado, o uso do plural é feito em concordância com a palavra hebraica elohim (no plural), a qual é traduzida por "Deus". O fato de o substantivo "Deus" ser plural no hebraico não quer dizer que haja mais de um Deus, ou que seja uma referência a Deus como sendo um grupo de astronautas extraterrestres.

Há um grande número de passagens no NT que se referem a Deus com o substantivo grego correspondente theos, que é uma palavra singular e também é traduzido como "Deus" (Mc 13:19; Jo 1:1; Ef 3:9; etc).

O plural da palavra hebraica propicia um sentido mais abrangente, mais majestático ao nome de Deus.

Convém observar, entretanto, que o NT ensina com clareza que Deus é uma Trindade (Mt 3:16-17; 2 Co 13:13; 1 Pe 1:2) e, embora a doutrina da Trindade não seja completamente desenvolvida no AT, ela é vislumbrada em muitas passagens (cf. SI 110:1; Is 63:7,9-10; Pv 30:4).


5- Adão e Eva foram pessoas reais, ou apenas um mito?

Muitos eruditos modernos consideram os primeiros capítulos de Gênesis como um mito, e não os tomam como históricos. Mas a Bíblia parece apresentar Adão e Eva como pessoas reais, que tiveram filhos, dos quais todo o restante da humanidade proveio (cf. Gn 5).


Resposta: Há uma boa evidência para crermos que Adão e Eva tenham sido pessoas reais.


Primeiro, Gênesis 1-2 apresenta-os como pessoas reais, e até mesmo narra os importantes acontecimentos de suas vidas (o que é histórico).

Segundo, eles tiveram filhos que foram pessoas reais, que também tiveram filhos reais (Gn 4:1,25; 5:1 em diante).


Terceiro, a mesma frase ("são estas as gerações de") usada para registrar dados históricos posteriores em Gênesis (6:9; 9:12; 10:1, 32; 11:10, 27; 17:7, 9) é empregada com respeito a Adão e Eva (Gn 5:1).

Quarto, cronologias posteriores do AT colocam Adão no topo da lista (1 Cr 1:1).

Quinto, o NT põe Adão no início da lista dos antecedentes de Jesus (Lc 3:38).

Sexto, Jesus referiu-se a Adão e Eva como os primeiros "macho e fêmea", fazendo da união física deles a base do casamento (Mt 19:4).

Sétimo, Romanos declara que a morte literalmente reinou no mundo trazida por um "Adão" literal (Rm 5:14).

Oitavo, a comparação entre Adão (o "primeiro Adão") e Cristo (o "último Adão") em 1 Coríntios 15:45 manifesta que Adão é tomado literalmente como uma pessoa histórica.

Nono, a declaração de Paulo de que "primeiro foi formado Adão, depois Eva" (1 Tm 2:13) revela que ele fala de uma pessoa real.

Décimo, é lógico que teve de haver um primeiro casal real de seres humanos, macho e fêmea, pois, caso contrário, a raça humana não teria como começar a existir.

A Bíblia chama a esse casal, que de fato existiu, de "Adão e Eva", e não há por que duvidar de sua real existência.


6- Como o mundo pôde ser criado em seis dias?

A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias (Êx 20:11). Mas a ciência moderna declara que isso levou bilhões de anos. As duas posições não podem ser verdadeiras.

Resposta: Há basicamente duas maneiras para superar esta dificuldade.

Primeiro, alguns eruditos argumentam que a ciência moderna não está certa. Insistem em dizer que o universo tem apenas alguns milhares de anos e que Deus criou todas as coisas em seis dias literais (6 dias de 24 horas, ou seja, 144 horas).

Para sustentar esta posição, eles apresentam os seguintes
pontos:
1. Cada dia do Gênesis tem "tarde e manhã" (cf. Gn 1:5,8,19,23,31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia.

2. Os dias foram numerados (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia etc), uma característica peculiar dos dias de 24 horas na Bíblia.

3. Êxodo 20:11 compara os seis dias da criação com os seis dias de uma semana (literal) de trabalho de 144 horas.

4. Há evidência científica que suporta uma idade jovem (de milhares de anos) para a Terra.(trataremos disso em outro artigo).

5. Não haveria como a vida sobreviver milhões de anos do dia três (1; 11) ao dia quatro (1:14) sem lua.


Outros eruditos da Bíblia afirmam que o universo pode ter bilhões de anos, sem que com isso se esteja sacrificando um entendimento literal de Gênesis 1 e 2.

Argumentam que:
1. Os dias de Gênesis 1 podem ter tido um período de tempo antes da contagem dos dias (antes de Gênesis 1:3), ou um intervalo de tempo entre os dias. Há intervalos em outras partes da Bíblia (como em Mateus 1:8, onde três gerações são omitidas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14).

2. A mesma palavra hebraica para "dia" (yom) é empregada em Gênesis 1 e 2 como um período de tempo maior que 24 horas. Por exemplo, Gênesis 2:4 faz uso desta palavra no sentido do período total da criação de seis dias. veja evidências ciêntificas para isso, aqui.

3. Às vezes a Bíblia emprega a palavra "dia" para longos períodos de tempo: "Um dia é como mil anos" (2 Pe 3:8; cf. SI 90:4).

4. Há alguns indícios em Gênesis 1 e 2 de que os dias poderiam ser períodos maiores que 24 horas:
a) No terceiro "dia" as árvores cresceram da semente à maturidade, e produziram semente segundo a sua espécie (1:11-12). Esse processo normalmente leva meses ou anos.

b) No sexto "dia" Adão foi criado, foi dormir, deu nome a todos os (milhares de) animais, procurou por companhia, foi dormir, e Eva foi criada de sua costela. Tudo isso parece exigir um tempo bem maior que 24 horas.

c) A Bíblia diz que Deus "descansou" no sétimo dia (2:2), e que ele ainda está no seu descanso da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma duração de milhares de anos. Dessa forma, os outros dias bem que poderiam ter tido milhares de anos também.

5. Êxodo 20:11 pode estar fazendo simplesmente uma comparação de unidade por unidade dos dias de Gênesis com uma semana de trabalho (de 144 horas), e não uma comparação minuto a minuto.

Resumindo a resposta a essa questão: Não se demonstra contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e a ciência.

Há apenas um conflito de interpretações. Ou os cientistas de hoje em sua maioria estão errados ao insistirem que o mundo tem bilhões de anos, ou então alguns dos intérpretes da Bíblia estão equivocados ao insistirem em dizer que foram apenas 144 horas que durou a criação, ocorrida há alguns milhares de anos antes de Cristo, sem intervalos de tempo correspondentes a milhões de anos.

Mas, em qualquer dos casos, não se trata de uma questão de inspiração das Escrituras, mas de sua interpretação (em relação a dados científicos).


7- O homem foi feito como Deus ou tornou-se como Deus?


 Gênesis 1:27 diz que "criou Deus... o homem à sua imagem". Mas em Gênesis 3:22,
Deus diz: "O homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal".

O primeiro versículo dá a entender que o ser humano foi criado como Deus é, e o segundo parece afirmar que ele tornou-se igual a Deus.

Resposta: Estas duas passagens estão abordando duas coisas diferentes.

Gênesis 1 está falando de uma virtude humana por criação, ao passo que Gênesis 3 está se referindo ao que o homem obteve por aquisição.

A primeira passagem refere-se a Adão e Eva antes da queda, e a segunda refere-se a eles depois da queda.

A primeira tem que ver com a natureza deles e a segunda, com o seu estado.

Pela criação Adão não era conhecedor do bem e do mal. Uma vez tendo pecado, porém, ele conheceu o bem e o mal. Quando essas diferenças são compreendidas, não há conflito algum.


8- Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente?

A Bíblia diz que Deus está em todo lugar ao mesmo tempo, isto é, que ele é onipresente (Sl 139:7-10; Jr 23:23). Mas, já que Deus está em toda parte, então como Adão e Eva puderam esconder-se "da presença do Senhor Deus"?

Resposta: Este versículo não está abordando a onipresença de Deus, mas está falando de uma visível manifestação dele (cf. v. 24). Deus está em toda parte em sua onipresença, mas ele se manifesta de tempos em tempos, em certos lugares e por certos meios, tais como uma sarça ardente (Êx 3), uma coluna de fogo (Êx 13:21), fumaça no templo (Is 6) e assim por diante. É nesse sentido restrito que alguém pode sair "da presença do Senhor Deus".


9- Deus faz acepção de certas pessoas?

Nas Escrituras, Deus é apresentado como alguém para quem "não há acepção de pessoas" (Rm 2:11), e como quem "não faz acepção de pessoas" (Dt 10:17). Contudo, a Bíblia nos diz que "de Caim e de sua oferta [Deus] não se agradou" (Gn 4:5), o que parece uma contradição.

Resposta: Antes de mais nada, Deus não faz acepção alguma de quem quer que seja, respeitando cada um pelo que é, por ser uma criatura feita à sua imagem e semelhança (Gn 1:27).

Não fosse assim, ele estaria desrespeitando a si próprio. Quando a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas, ela quer dizer que ele não demonstra parcialidade alguma na aplicação da sua justiça.

Como diz Deuteronômio 10, Deus "não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno" (v. 1.7). Em outras palavras, Deus é completamente justo e imparcial em seus procedimentos.

Entretanto, há um sentido em que Deus discrimina algumas pessoas, por causa de seus atos perversos. Ele não se agradou de Caim e de sua oferta (Gn 4:5) porque ela não foi oferecida com fé (Hb 11:4).

A Bíblia fala ainda que Deus aborreceu Esaú (Ml 1:3) e odiou a obra dos nicolaítas (Ap
2:6), não por causa da pessoa ou das pessoas, mas por causa dos atos delas. Como João disse aos crentes de Éfeso, eles deveriam odiar "as obras dos nicolaítas"(Ap 2:6). Deus ama o pecador, mas odeia o pecado.


10- Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo assassinato que cometeu?

 No AT, os assassinos recebiam a pena capital pelo seu crime (Gn 9:6; Êx 21:12).
Contudo, Caim não somente saiu livre, depois de matar seu irmão, como também foi protegido de qualquer vingança (Gn4:15).

 

Resposta: Há várias razões pelas quais Caim não foi executado pelo seu crime capital.

Primeiro, Deus não havia ainda estabelecido a pena de morte como instrumento do governo humano (cf. Rm 13:1-4). Somente depois de a violência ter enchido toda a terra, nos dias anteriores ao dilúvio, foi que Deus determinou: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem" (Gn 9:6).

Segundo, Em face disso, Deus, que é soberano sobre a vida e a morte, como somente ele é (Dt 32:39), pessoalmente comutou a pena de morte de Caim. Entretanto, ao agir assim, Deus demonstrou a gravidade do pecado de Caim e deu-nos a entender que ele era digno de morte, ao declarar: "A voz do sangue de teu irmão clama [por vingança] da terra a mim" (v. 10). Não obstante, até mesmo Caim parece ter reconhecido que ele era merecedor da morte, e pediu proteção a Deus (v. 14).


Finalmente, a promessa de Deus para proteger Caim da vingança incluía a pena capital para quem quer que tomasse a vida dele (cf. v. 15). Dessa forma, o caso de Caim é uma exceção que prova a regra, e que de forma alguma vai de encontro à pena de morte, tal como estabelecida por Deus (veja os comentários de João 8:3-11).


11- Como foi que Caim conseguiu uma esposa?

Não havia mulheres com quem Caim se casasse. Havia apenas Adão, Eva (4:1) e
seu irmão morto, Abel (4:8). Contudo, a Bíblia diz que Caim casou-se e teve filhos.


Resposta: Caim casou-se com uma irmã (ou talvez com uma sobrinha). A Bíblia diz que Adão "teve filhos e filhas" (Gn 5:4). Com efeito, como Adão viveu 930 anos (Gn 5:5), ele teve muito tempo para ter muitos filhos e filhas! Caim pode ter se casado com uma de suas muitas irmãs ou, quem sabe, com uma sobrinha, se quando se casou seus irmãos e irmãs já tivessem filhas crescidas. Neste caso, obviamente, um de seus irmãos teria se casado com uma irmã.


12- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem cometer incesto?
 

Se Caim casou-se com uma irmã, isso é incesto, o que a Bíblia condena (Lv 18:6).
Além disso, casamentos incestuosos com freqüência geram filhos geneticamente defeituosos.

Resposta: Em primeiro lugar, não havia imperfeições genéticas no começo da raça humana. Deus criou um homem (Adão) geneticamente perfeito (Gn 1:27). Os defeitos genéticos resultaram da queda e somente ocorreram com o passar de longos períodos de tempo.

Em segundo lugar, nos dias de Caim não havia mandamento de Deus para que não se casassem com um parente próximo. Este mandamento (Lv 18) veio milhares de anos depois, nos dias de Moisés (cerca de 1500 a.C).

Finalmente, já que a raça humana começou com um casal único (Adão e Eva), Caim não teria com quem se casar, a não ser com alguém de parentesco bem próximo, do sexo feminino (uma irmã ou sobrinha).


13- Como podia alguém viver mais de 900 anos?

 

"Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos" (Gn 5:5);
Matusalém viveu "novecentos e sessenta e nove anos" (Gn 5:27); e a média da idade dos que tiveram uma vida normal foi superior a 900 anos. Contudo, a própria Bíblia reconhece que a maioria das pessoas chega até os 70 ou 80 anos, quando ocorre sua morte natural (Sl 90:10).

Resposta: Antes de mais nada, a referência no Salmo 90 é ao tempo de Moisés (1400 a.C.) e ao tempo posterior, quando a longevidade tinha decrescido para 70 ou 80 anos para a maioria, embora o próprio Moisés tenha vivido 120 anos (Dt 34:7).


Alguns sugerem que aqueles "anos" seriam realmente apenas meses, o que reduziria 900 anos ao período normal de vida de 80 anos. Entretanto, isso não é plausível por duas razões.

A primeira é que não há precedente algum no AT que tome a palavra "ano" com o sentido de "mês". A segunda é que, como Maalaleel gerou um filho com a idade de 65 anos (Gn 5:15) e Cainã, aos 70 anos (Gn 5:12), isso significaria que eles estariam com menos de seis anos de idade ao terem filhos, o que é biologicamente impossível.


Outros sugerem que esses nomes representam linhas de famílias ou clãs que se mantiveram por gerações antes de terminarem. Entretanto, isso não faz sentido, por vários motivos.

Primeiro, alguns desses nomes (como por exemplo Adão, Sete, Enoque, Noé) são de indivíduos cujas vidas foram narradas no texto (Gênesis 1-9). Segundo, linhas familiares não "geram" linhas familiares com nomes diferentes. Terceiro, linhas familiares não "morrem", como aconteceu com cada um daqueles indivíduos (cf. 5:5,8,11 etc). Quarto, a referência a ter "filhos e filhas"(5:4) não é compatível com essa teoria de clãs.


Conseqüentemente, tudo indica que o melhor é considerarmos serem anos mesmo (embora fossem anos lunares de 12x30=360 dias), e isso por diversas razões:

(1) Antes de mais nada, posteriormente a vida foi reduzida a 120 anos como uma punição dada por Deus (Gn 6:3).

(2) Depois do dilúvio, a duração da vida foi diminuindo gradativamente dos 900 anos (Gn 5) para os 600 (Sem: Gn 11:10-11), para os 400 (Sala: Gn 11:14-15), para os 200 (Reú: Gn 11:20-21).

(3) Biologicamente, não há razão por que o homem não possa ter vivido centenas de anos. Os cientistas lutam muito mais para resolver o problema do envelhecimento e da morte do que o da longevidade.

(4) A Bíblia não é a única a falar de centenas de anos como idade dos antigos. Há também registros do grego antigo e das eras egípcias que fazem menção a isso.



14- Como é que na relativamente pequena arca de Noé couberam centenas de milhares de espécies?

 A Bíblia diz que a arca de Noé tinha apenas 137 metros de comprimento, por 23 de largura e 14 de altura (Gn 6:15). Noé recebeu a instrução de colocar nela um casal de cada espécie de animal imundo e sete casais de animais puros (6:19; 7:2). Mas os cientistas nos informam de que há de meio bilhão a um bilhão ou mais de espécies de animais.

Resposta: Primeiro, o conceito moderno de "espécie" não é o mesmo da Bíblia. No sentido bíblico, provavelmente sejam apenas algumas centenas de "espécies" diferentes de animais terrestres que teriam de ser levados para a arca.

Os animais marinhos permaneceram no mar, e muitas outras espécies poderiam sobreviver na forma de ovos.

Segundo, a arca não era assim tão pequena; ela tinha uma enorme estrutura - a dimensão de um moderno transatlântico. Além disso, ela tinha três andares (6:16), o que triplicava seu espaço a um total de 425.000 metros cúbicos!

Terceiro, Noé pode ter levado filhotes ou variedades menores de alguns dos animais de maior porte. Levando em conta todos esses fatores, havia espaço suficiente para todos os animais, para o alimento para a viagem e para os oito seres humanos a bordo.



 

15- Como é que uma arca feita de madeira poderia resistir a um dilúvio tão
violento?

 A arca tinha sido construída apenas de madeira, e levava uma pesada carga. Um dilúvio de âmbito mundial produz violentas correntezas, que teriam quebrado a arca totalmente (cf. Gn 7:4,11).

Resposta: Primeiro, a arca foi feita de um material resistente e flexível (cipreste, cf. Gn 6:14), uma madeira que "cede" sem se rachar. Segundo, a carga penada foi um ponto positivo, por lhe dar certa estabilidade. Terceiro, os arquitetos navais informam-nos de que a forma construtiva da arca, semelhante a uma caixa comprida, é uma forma que dá estabilidade e resistência a águas turbulentas. Na verdade, os transatlânticos modernos seguem basicamente as mesmas dimensões da arca de Noé ou têm medidas proporcionais às dela.



16- O dilúvio teve a duração de quarenta ou de cento e cinqüenta dias?

 Segundo Gênesis 7:24 (e 8:3), as águas do dilúvio permaneceram durante 150 dias. Mas outros versículos nos dizem que foram apenas quarenta dias de dilúvio (Gn 7:4,12,17). Qual é o correto?

Resposta: Estes números referem-se a coisas diferentes. Quarenta dias foi o tempo em que "houve copiosa chuva" (7:12), e 150 dias foi o tempo em que as águas do dilúvio "predominaram" (cf. 7:24).

Ao fim dos 150 dias, "as águas iam-se escoando" (8:3). Não foi senão após o quinto mês depois do início da chuva que a arca repousou no monte Ararate (8:4). Então, onze meses depois do início das chuvas, as águas secaram-se (7:11; 8:13). E exatamente um ano e dez dias depois do início do dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e pisaram em solo seco (7:11; 8:14).




 17- Deus mudou de idéia quanto a nunca mais destruir o mundo de novo?

 De acordo com este versículo, depois do dilúvio, Deus prometeu:"... nem tomarei a ferir todo vivente, como fiz". Entretanto, Pedro prediz que haverá um dia em que "os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas" (2 Pe 3:10).

 

Resposta: Depois do dilúvio, Deus somente prometeu nunca mais destruir o mundo da mesma maneira como Ele tinha feito (Gn 9:11), ou seja, com água. O arco-íris é um símbolo perpétuo dessa promessa. A segunda destruição do mundo será com fogo, e não com água. O que vai acontecer é que "os elementos se desfarão abrasados" (2 Pe 3:10). Mesmo assim, naquele dia Deus não vai destruir todos os seres viventes. Os homens serão salvos em seus corpos físicos ressurretos e imperecíveis (1 Co 15:42).

 


Leia: Enigmas da Bíblia