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Que seita é essa?

Que seita é essa?

 

Adventista do Sétimo Dia

Uma Seita?

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Muitas das heresias pregadas pelos adventistas, são heresias com “h” minúsculo, isto é, infantilidades espirituais pequenas demais para desqualificá-los como cristãos. A guarda do sábado semanal e a observância do cardápio judaico (se não fossem apresentadas como condição imprescindível à salvação); a negação do castigo eterno para o Diabo, seus anjos e os homens perdidos; a chamada “prisão circunstancial” para Satanás; o chamado “sono da alma”; a afirmação de que o milênio será no Céu e outras mais desse nível, são erros que, não obstante, podem ser tolerados.

Afinal de contas, quem não erra? Qual é a igreja evangélica que não comete alguns desvios doutrinários? Ninguém acerta tudo.

Muitos consideram os adventistas como evangélicos. A resposta que dávamos aos que nos consultavam sobre este assunto era que o Adventismo seria uma igreja evangélica mal doutrinada. Isto se deu porque não queríamos emitir juízo temerário; temíamos atuar como “juízes” de pequenas causas. E, pior ainda, não fazer justiça nesse julgamento.

Pensávamos que o Adventismo, apesar dos seus desvios, não chegava a negar os pilares da fé cristã. Assim pensávamos porque, em diálogos com amigos adventistas, detectamos que eles não negam a triunidade de Deus; o nascimento virginal de Jesus e a dualidade de natureza (divina e humana simultaneamente; inseparáveis, porém distintas) na Sua Pessoa; a pessoalidade e divindade do Espírito Santo; a inspiração verbal e plena das Escrituras Sagradas - a Bíblia; a pecaminosidade do homem; a morte de Cristo na cruz e Sua ressurreição dentre os mortos; a segunda vinda de Cristo; o arrebatamento da Igreja e outros pontos relevantes.

Qual não foi, portanto, a nossa surpresa, quando, enquanto pesquisávamos mais sobre este segmento religioso, descobrimos que o Adventismo do Sétimo Dia nega pontos cardeais da fé que uma vez foi entregue aos santos. Altruisticamente, pois, elaboramos estas linhas, com os seguintes objetivos: Glorificar a Deus, edificar a Igreja (qualitativamente) e bradar às vítimas dos enganos religiosos que constituem o Adventismo, os quais, por sua vez, o caracterizam como seita.

Certamente este brado despertará a muitos dormentes, o que contribuirá para a edificação quantitativa da Igreja do Senhor Jesus.

        Não confunda Adventismo com adventistas. Este autor desdenha o Adventismo, não os adventistas que, geralmente são pessoas amáveis, dignas de respeito.

        O leitor verá que o Adventismo, embora tenha muitos pontos em comum com os evangélicos é, simultaneamente, portador dos seguintes desvios:

1) Prega que os pecados dos cristãos, embora já estejam perdoados, ainda não estão cancelados;

2) Prega que Jesus está, desde 1844, purificando o Santuário Celestial;

3) Prega que a Bíblia não é a única regra de fé e prática do Cristão. Aliás, para que o dito fique pelo não-dito, o Adventismo prega paralelamente que a Bíblia é a única regra de fé do cristão;

4) Prega que Jesus é o arcanjo Miguel;

e) Prega que a observância do domingo será o sinal da Besta;

5) Prega que a inobservância do sábado semanal é motivo de perdição;

6) Prega que os que não se abstêm de café, coca-cola, presunto, mortadela, salame, camarão, lagosta, carne de porco... estão perdidos; Aliás, Ellen White, a papisa desse movimento, proibiu todo e qualquer tipo de carne, sob a alegação de que o fazia por ordem divina;

7) Não considera os evangélicos como aliados, mas sim, como um Campo Missionário, no qual investe com afinco e muito tato, empreendendo nos conquistar para o Adventismo;

8) Prega que os pastores evangélicos reproduzem mensagem de Satanás;

9) Prega o chamado “sono da alma”;

10) Nega a imortalidade da alma;

11) Nega o tormento eterno para o Diabo, os demônios e os homens que se perderem;

12) Prega que só a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a única que tem a verdade, é a verdadeira Igreja, a única Esposa do Cordeiro;

13) Prega que Jesus Cristo era portador da natureza pecaminosa, comum a todos os descendentes de Adão;

14) Na profissão de fé consta que o candidato ao batismo confesse que crê no “espírito de profecia”, isto é, na inspiração divina dos escritos de Ellen White, escritos estes considerados como sendo tão inspirados por Deus quanto a Bíblia;

15) Prega que os pecados dos verdadeiros cristãos serão castigados e expiados na pessoa do Diabo, etc..

     A revista Adventista de junho de 2002 afirma à página 8 que“eruditos evangélicos reconhecem a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma denominação genuinamente cristã”. Infelizmente isso é verdade. Essa era também a infeliz opinião do autor destas linhas. Tal se dá porque os adventistas são tão sutis que conseguem enganar até peritos bíblicos. Este autor, porém, já se libertou desse engano. Oxalá o caro leitor não seja a próxima vítima. E, se você já é uma vítima desse movimento espúrio, que se liberte em nome de Jesus.

     Se conseguirmos provar que a exposição acima não é calúnia, ficará claro que o Adventismo não é cristão. E é isto que empreendemos demonstrar nesta obra.

    Não duvidamos que o prezado e respeitável leitor esteja suspeitando da possibilidade de provarmos o que dissemos acima. Todavia, esteja certo que podemos sim, provar que não estamos caluniando. É razoável concluirmos que ninguém ousaria fazer tão graves denúncias sem estar devidamente documentado. Atente para o fato de que nossas denúncias são facilmente verificáveis, pois informamos nossas fontes, indicando os nomes das obras literárias das quais fazemos as transcrições, bem como suas páginas, editoras e suas respectivas datas de edição. Além disso, sabemos que calúnia é crime e dá cadeia e outras punições. Logo, se não temêssemos a Deus, temeríamos pelo menos a justiça dos homens.

    Este autor não aborda neste livro todos os argumentos que os adventistas apresentam no intuito de defenderem suas heresias. Por este motivo sugerimos que os nossos leitores consultem as obras evangélicas constantes da BIBLIOGRAFIA

Há várias ramificações no Adventismo, mas nesta obra só consideramos o Adventismo do Sétimo Dia.

 

 

A HISTÓRIA DO ADVENTISMO

   

      

        O Adventismo do Sétimo Dia nasceu assim: No início do século XIX, um batista chamado William Miller, em Nova Iorque, Estados Unidos, “baseando-se” em Dn. 8:13,14, proclamou que Cristo voltaria à Terra em 1843. Diante do fracasso, Miller efetuou novos cálculos e concluiu que havia cometido um pequeno equívoco, e a nova data prevista para a vinda de Cristo à Terra, seria o dia 21/03/1844. Diante do novo fracasso, a próxima data foi o dia 22 de outubro daquele mesmo ano. Ao sofrer mais essa decepção, Miller reconheceu que estava equivocado e, arrependido, voltou à sua igreja, onde permaneceu fiel ao Senhor até à sua morte, aos 67 anos de idade, em 20/12/1849.

        Quando as três previsões de Miller falharam e ele reconheceu seu erro publicamente, os seus cem mil adeptos se debandaram quase todos. Porém, alguns se uniram e, em 28 de setembro de 1860 organizaram a “igreja” que hoje se conhece pelo nome de Igreja Adventista do Sétimo Dia.

       Devido a esse vergonhoso passado, os adventistas, como que desconfiados, disseram: “Somos Adventistas do Sétimo Dia. Envergonhamo-nos, acaso, de nosso nome? Respondemos: Não! Não! Não nos envergonhamos” (Administração da Igreja, página 26, CPB). Ora, ora, não estamos perguntando nada.

       Desse movimento Millerista nasceram outros grupos religiosos: Igreja Adventista da Promessa, Igreja Adventista do 7º Dia (Movimento de Reforma), Igreja Adventista do Sétimo Dia (Movimento de Completa Reforma), Igreja Adventista do Sétimo Dia Remanescente etc. Não é exorbitante afirmar que a seita Testemunhas de Jeová também nasceu do movimento Millerista, visto que Russell, após romper com a Igreja Presbiteriana (onde nascera) e ir para a Igreja Congregacional, emigrou-se para a Igreja Cristã do Advento (uma das ramificações do Movimento Millerista), de onde também saiu para fundar sua própria religião.

        Três pessoas tiveram papéis importantes na formação dessa nova “igreja”: Hiran Edson, segundo o qual Miller errara quanto ao local da vinda de Cristo, não quanto à data, afirmou que naquele ano (1844) iniciara a purificação do Santuário Celestial (o que refutaremos no sétimo capítulo); Joseph Bates, ardoroso defensor da guarda do sábado; e a famosaEllenWhite que, dizendo-se possuidora do dom de profecia, apoiou Hiram Edson e Joseph Bates, com suas “profecias e visões sobrenaturais”, por cujo motivo os adventistas crêem até hoje que os livros dessa visionária são tão inspirados quanto a Bíblia, como veremos em 9.1.

 

                                                    A RESPEITO DO SÁBADO

 

 Considerações Preliminares

        Os adventistas do sétimo dia dividem a Lei em várias. As três principais divisões são: Lei Moral e Lei sanitária (às quais chamam também de Lei de Deus) e Lei  de Moisés, que é a parte cerimonial da Lei. Crêem que as Leis Morais e Sanitárias não foram abolidas por Cristo, por cujo motivo afirmam que nós, os cristãos, temos que abstermos do roubo, do homicídio, do adultério, da carne de porco, de bagre etc. Porém crêem que Cristo aboliu a Lei de Moisés (ou Lei cerimonial), e que, portanto, não é necessário observarmos a páscoa, o pentecostes, a circuncisão, os sacrifícios de animais, etc.

        Os adventistas guardam o sábado semanal porque crêem que OS DEZ MANDAMENTOS são, sem exceção, morais, embora não ensinem que os mandamentos morais estejam contidos somente no ¹Decálogo. Sim, eles crêem que os mandamentos morais estão distribuídos em toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse; e que o Decálogo é uma síntese dos mesmos.

        Para se ver que de fato os adventistas dividem a Lei em Lei de Moisés e Lei de Deus, basta ler o panfleto intitulado Leis em Contraste, editado pela CPB_Casa Publicadora Brasileira, que é a editora deles. Também o livro adventista intitulado Subtileza do Erro, tenta nos convencer que a Lei Sanitária está de Pé. É por acreditar nisso que os adventistas se portam não só como evangelistas, mas também como nutricionistas, recomendando rigorosa dieta alimentar, como veremos no terceiro tópico deste artigo.

        Não obstante os adventistas pregarem muitas doutrinas em desacordo com a Palavra de Deus, neste livro refutaremos apenas algumas. E a guarda do sábado é a primeira da série. O porquê deste nosso proceder é que, dos equívocos por eles defendidos, a observância do sétimo dia da semana é o mais enfatizado. Portanto, quem, com a Bíblia na mão, souber provar como dois mais dois são quatro, que o quarto mandamento do Decálogo não consta do Novo Testamento, estará prestando um grande serviço ao Reino de Deus.

        Não queremos condenar os sabatistas por guardarem o sábado, pois a Bíblia diz categoricamente que os cardápios e os dias da semana não devem separar os cristãos.

  Mas a grande maioria dos adventistas, com os quais temos dialogado, não pensa assim. Pudemos ver claramente que eles têm dúvidas da salvação dos evangélicos que não guardam o sábado. E isso é perigosíssimo! Ninguém será condenado por Deus pelo fato de guardar ou não este ou aquele outro dia, mas quem acha que a inobservância do sábado ou de qualquer outro dia, leva à perdição eterna, está, em franco desrespeito para com a tolerância recíproca que o Espírito Santo recomenda aos membros da Igreja, fazendo do sábado a sua tábua de salvação e se autocondenando.

Senão, vejamos:

Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos. Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes. Quem come não despreze aquem não come; e quem nãocome não julgue a quem come; pois Deus o acolheu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar.

        Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.

Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus.  Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus. Assim, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

        Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei; e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo. Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. Não seja, pois, censurado o vosso bem; porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua. Não destruas por causa de comida a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o homem dar motivo de tropeço pelo comer.  Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem duvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm. 14, Versão Revisada)

        Guardando ou não o sábado, se nos valermos unicamente da cruz de Cristo, seremos salvos; e conhecemos muitos sabatistas que pensam assim também, e com estes temos mantido plena comunhão espiritual. Por que não? Nenhuma divergência pode, ou não deve, separar aqueles que convergem no Calvário (Sl. 133).

Não permitamos que os pontos de vista adversos separem aqueles que a cruz de Cristo uniu; portanto, se os sabatistas, além da guarda do sábado e do cardápio judaico por eles observado, quiserem guardar também a páscoa, o pentecostes, a circuncisão, o jubileu, a lua nova etc., que o façam.

Estas coisas, apesar de erradas, não os levarão ao inferno, se não tentarem se salvar através delas ou de uma delas. Porém, ao se valerem dessas coisas para se salvarem, serão condenados.

E é a Bíblia que ensina assim. Por exemplo, o apóstolo Paulo, não obstante haver circuncidado Timóteo (At 16.1-5) e dito que a circuncisão e a incircuncisão são ineficazes (I Co. 7.18-19; Gl. 5.6), assegurou que se os gálatas se circuncidassem seriam condenados (Gl. 5.2-4).

Aparentemente este apóstolo foi incoerente. Sim, porque se a circuncisão não tem valor algum, por que ele circuncidou Timóteo? Também por que disse que se os gálatas se deixassem circuncidar, seriam condenados? Timóteo se perdeu? E quem o pôs no caminho da perdição foi o apóstolo Paulo?

Como se explica estas aparentes contradições? A resposta é a seguinte: Paulo circuncidou Timóteo tão-somente para não escandalizar os judeus ignorantes e assim ganhá-los para Cristo (I Co 9.19-23), mas os gálatas se circuncidavam para se salvar.

Eles haviam sido enganados pelos que diziam: “...se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At. 15.1b). Isto é mais que suficiente para provar que, se dissermos que os sabatistas têm que pararem de guardar o sábado para se salvarem, iremos para o inferno; e que os sabatistas para o inferno irão, se disserem que estamos condenados, por não guardarmos o sábado.

O porquê de tudo isso é que não podemos ignorar duas coisas, sob pena de sermos condenados para sempre;

1a.) Cristo salva;

2a.) Só Cristo salva. Portanto, não nos basta apegarmos a Cristo, temos que fazer algo mais, a saber, temos que apegarmos  a Cristo.

O Salvador não tem sócio (At 4.12); Ele não aceita nos dividir com pessoa ou coisa alguma. Ele nos quer só para si; é tudo ou nada (Mt. 12.30; Lc. 16.13). Logo, acautelemo-nos para não tentarmos ser de Cristo e do sábado, ou de Cristo e do domingo.

        A observância de um ou mais dias de repouso semanal pode ser, ou uma coisa salutar, ou uma infantilidade, ou ainda um grave pecado. É uma coisa salutar ao corpo e à alma, quando, sem atribuirmos a isso valor salvífico, o fazemos só para descanso, adoração e proclamação do Evangelho; é uma infantilidade relativamente inofensiva, quando pensamos que Deus mandou observá-lo, embora admitamos paralelamente que a sua inobservância não conduza à perdição; e é um grave pecado quando fazemos de um dia de guarda motivo de salvação ou de perdição.

Conformemo-nos, pois, às recomendações contidas em Rm. 14; porquanto agir de outra maneira equivale a subestimar o precioso sangue de Jesus, dando-lhe um coadjuvante. E esse ato é uma afronta à Trindade Santa que se mobilizou para, por intermédio do sacrifício vicário de Jesus, mudar a nossa sorte e nortear as nossas vidas.

 

 O Sábado no Novo Testamento?!

        Os adventistas alegam que o Novo Testamento manda observar o sábado; e, para “provarem” isso, citam várias passagens neotestamentárias, das quais consideraremos algumas neste tópico:

a)Lc. 23.56b: “E no sábado descansaram, segundo o mandamento”.

Alegam os adventistas que o fato desta referência bíblica constar do Novo Testamento prova que os cristãos primitivos consideravam a guarda do sábado um mandamento. Mas, se este “argumento” fosse válido, deveríamos praticar a circuncisão e os sacrifícios de animais, pois está escrito em Lc 2.21-24 (e, portanto, no Novo Testamento também), que José e Maria circuncidaram a Jesus e ofereceram os sacrifícios em obediência ao que determina a Lei do Senhor;

 

b)   Lc. 4.16: “... entrou num dia de sábado, na sinagoga, segundo o seu costume ...”.

O fato de Jesus ter o costume de ir às sinagogas em dia de sábado, não prova que nós, os cristãos, tenhamos que fazer o mesmo, pois Gl. 4.4-5 diz que Ele nasceu sob a Lei, para resgatar os que ESTAVAM (no passado) sob a Lei; logo, Jesus fez coisas que nós não precisamos fazer. Ele participou da páscoa (Mt 26. 7-9).

Por que os sabatistas não observam a páscoa também? Os sabatistas têm visão de águia, para enxergarem textos bíblicos que parecem favorecê-los, mas não vêem os textos que, com clareza, refutam as suas doutrinas.

Por exemplo, está escrito que Jesus quebrantava ou violava o sábado (Jo 5.18); esta referência diz que as razões pelas quais os judeus queriam matar a Jesus eram duas:

1a.) Ele, dizendo que Deus era o Seu próprio Pai, se fazia igual a Deus;

2a.) Ele violava o sábado. O contexto diz que Jesus MANDOU um homem transportar o seu leito em dia de sábado, e isto é, de fato, quebrar um dos mandamentos da Lei, já que até acender fogo no dia de sábado era proibido (Ex. 35.3);

c)   Os sabatistas adoram citar At 13.14,42,44; 17.2 e outras passagens bíblicas, nas quais encontramos os apóstolos Paulo e Barnabé indo às sinagogas, aos sábados, para evangelizar; pensam eles que o faziam aos sábados porque guardavam o sétimo dia da semana em obediência à Lei de Deus.

Mas a verdade é que os apóstolos estavam aproveitando a oportunidade. Aos sábados os judeus se reuniam nas sinagogas, e contatá-los lá era prudente.

Além disso, os apóstolos estavam dispostos a até mesmo guardar o sábado, se isso se fizesse necessário à salvação dos judeus (I Co. 9.19-23).

A prova disso é que o apóstolo Paulo fez o voto de nazireu, prescrito em Nm 6.1-21, isto é, ficou cabeludo (?) e depois rapou a cabeça (At 18.18); circuncidou Timóteo (At 16.1-5); e esforçou-se para passar o dia de Pentecostes em Jerusalém (At. 20.16).

Por que os adventistas não rapam suas cabeças, não se circuncidam e observam a festa de Pentecostes, já que o apóstolo Paulo fez todas estas coisas?

À luz de I Co. 9.19-23, Paulo fez isso para não escandalizar os judeus ignorantes e assim ganhá-los para Cristo. Ora, Paulo não guardou o sábado, mas se o tivesse guardado, ninguém poderia se valer disso para dizer que é da vontade de Deus que a Igreja o observe ainda hoje.

d)   I Jo. 5.3; Ap. 12.7. É verdade que o Novo Testamento diz que temos que guardar os mandamentos, mas estes mandamentos não são os do Antigo Testamento. Logo, esta “base”, sobre a qual os adventistas se apóiam, também não é sólida;

e)   II Co. 3.14 diz categoricamente que o Velho Testamento está abolido por Cristo; mas os adventistas citam Mt. 5.17,18 para “provarem” que a Lei Moral está de pé.

A verdade, porém, é que Cristo aboliu toda a Lei, ou seja, todo o Pentateuco, incluindo o Decálogo.

Mas como entender isso? Da seguinte maneira: Quando Jesus disse que “até que o Céu e a Terra passem, nem um i ou um til, jamais passará da Lei até que tudo se cumpra”, não estava dizendo que a Lei não passaria e, sim, que só passaria depois de cumprida. O sábado, a circuncisão, a páscoa, o Pentecostes, o jubileu, a lua nova, etc., passaram, depois de Cristo os cumprir na cruz. Que passaram está claro, pois até os sabatistas sabem disso, visto que eles também não guardam os preceitos acima, com exceção do sábado, o que é incoerência;

f)    Os sabatistas alegam que Mt. 5.17,18 é uma referência à Lei moral, e não à Lei Cerimonial; isto dizem para guardarem o sábado e o cardápio judaico, sem observarem os demais preceitos da Lei e não passarem por incoerentes.  Mas a palavra “lei” na Bíblia se refere a todo o Pentateuco. Por exemplo, em Lc. 2.23 se diz que os sacrifícios de animais constam da Lei do Senhor; e este preceito é um dos mandamentos morais?;

g)   Em Ap. 1.10 está exarado que o apóstolo João foi arrebatado no dia do Senhor. Os adventistas acham que esse dia é o sábado, mas na verdade trata-se do domingo. A questão é que, embora o Novo Testamento não determine nenhum dia de guarda, os cristãos primitivos, por livre e espontânea vontade, decidiram dedicar o primeiro dia da semana a Deus, em comemoração à ressurreição de Cristo que, segundo a Bíblia, ocorreu no primeiro dia da semana (Mc. 16.9).

        O fato de a Bíblia mostrar os cristãos primitivos celebrando a Santa Ceia do Senhor e separando suas ofertas aos domingos (At. 20.7; I Co. 10.1,2), é algo a que apegarmos.

Por que faziam isso aos domingos? O que há de especial nesse dia? Nada, certamente, pois esse dia é um dia como outro qualquer; porém, nele ocorreu algo mais importante do que a criação do Universo, a saber, o triunfo de Cristo sobre a morte e a nossa justificação (Rm. 4.25).

Porque Cristo ressuscitou no domingo, eles tinham predileção por este dia; porque tinham predileção por este dia, nele se reuniam; e porque nele se reuniam, a celebração da Santa Ceia e o ofertório nele se concretizavam.

        Como se pode ver, os adventistas estão “bem” calçados. Dividindo a Lei em três partes (moral, sanitária e cerimonial) e dizendo que as leis morais e sanitárias ainda estão de pé, eles conseguem ser incoerentes sem que aparentem sê-lo.

Guardam apenas uma parte da Lei e dizem que quem o faz somos nós, que não guardamos o sábado; porém, a verdade é que nós não guardamos a Lei, nem parcial, nem integralmente.

Nós estamos noutra; nós estamos no Novo Testamento. E o Novo Testamento não é o Velho Testamento remendado, consertado, reformado, pintado, etc.

Não! O Novo Testamento não é o Velho Testamento transportado de lá para cá. O Novo Pacto é novo. Nós nos abstemos do furto, do homicídio, da idolatria, da feitiçaria, não porque o Velho Testamento proíbe estas coisas e, sim, porque o Novo Pacto que Cristo fez com a Igreja contém estes deveres; caso contrario, seríamos tão incoerentes quanto os adventistas.

Saibam os adventistas que a Igreja tem um novo “não matarás” e um novo “não adulterarás”. O “não adulterarás” do Novo Testamento é diferente do “não adulterarás” do Decálogo. O não adulterarás do decalogo era externo o do Novo testamento era interno...qualquer um que olhar a uma mulher e em seu coração a cobiçar, já cometeu adultério...!

Isto prova que Deus nos deu sim, um novo “não adulterarás”, já que o primeiro não retratava a vontade absoluta de Deus, e sim, a Sua vontade permissiva.

 Salta, portanto, aos olhos que o Antigo Testamento, do qual o Decálogo era parte integrante, era apenas a base de algo melhor que estava por vir: o Novo Testamento. Neste, Deus não dá às mulheres o direito de ter muitos cônjuges, visto que um erro não justifica o outro, mas tira do homem o direito de fazê-lo.

      Temos também na Nova Aliança um novo “não matarás”. Deveras o “não matarás” do Novo Testamento é diferente do “não matarás” do Antigo Testamento.

Na vigência da Lei de Moisés, matar pecadores como adúlteros, blasfemos, feiticeiros, idólatras, profanadores do sábado, etc., não era homicídio. No Novo Testamento, porém, quem executar qualquer desses pecadores, estará cometendo assassinato e, portanto, pecando.

Então, o nosso “não matarás” não permite o que o “não matarás” dos judeus permitia.

O Novo Testamento não privou o Estado de usar a força policial, mas esta medida só é justificada quando em defesa da ordem pública e/ou para manutenção da soberania nacional (Rm 13:1-7).

      A Lei de Deus sempre foi santa, justa e boa, mas às vezes Ele não legisla sobre um determinado assunto para, deste modo _crêem renomados teólogos_ levar o homem a concluir por si mesmo que tal situação sobre a qual Ele se silenciou, não é o melhor para nós. É o caso da poligamia e do concubinato que nunca foram ordenados por Deus, mas tolerados durante séculos, até que Deus deu um basta a essa permissividade. A partir daí, ter mulheres secundárias (isto é, concubinas), sejam elas escravas ou cativas, como as tiveram Abraão, Jacó, Davi, etc., é ser adúltero (1Tm 3:2; 1Co 7:2). Logo, o nosso “não adulterarás” proíbe o que o “não adulterarás” dos judeus permitia, o que prova que Deus não transportou para o Novo Testamento, o “não adulterarás” da Lei, mas sim, que nos deu um novo “não adulterarás”, distinto e diferente do “não adulterarás” do Velho Testamento. Sim, distinto e diferente. Distinto porque não é o mesmo, e diferente por que não é igual (perdoe-me esta redundância que só exibe o óbvio).

      (No tópico seguinte damos maiores informações acerca do que dissemos nos últimos quatro parágrafos acima).

      Os adventistas alegam que, se a Lei moral tivesse sido abolida de fato, os evangélicos estariam livres não só para não observar o sábado, mas também para matar, roubar, caluniar, prostituir etc..

Mas eles esquecem que a “Lei de Cristo” (I Co. 9.21), sob a qual está a Igreja, proíbe a prática dessas coisas. Os cristãos não se prostituem em obediência ao Pacto de Deus com os judeus e, sim, em obediência à Nova Aliança celebrada entre Cristo e a Igreja (I Co. 9.21; Hb. 12.24). Além disso, a Lei de Cristo está plasmada na alma do cristão, tornando-se mais um princípio do que um conjunto de normas.

        Nenhum mandamento do Velho Testamento foi transportado para o Novo Testamento. Muitos (não todos) foram repetidos, mas nenhum foi transportado de lá para cá. Repetimos: “O Novo é novo”; os preceitos do Novo Testamento existem independentemente de terem ou não existido no Antigo Testamento. Qualquer semelhança é mera coincidência (veja maiores informações no tópico... O Sábado e os Coríntios).

 

 O Sábado e os Gálatas

        Aos gálatas escreveu o apóstolo Paulo: “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses; agora, porém, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós” (Gl. 4.8-11 - Versão Revisada).Nesta passagem bíblica o apóstolo Paulo chama a observância de “dias, meses, tempos e anos”, de “rudimentos fracos e pobres” e declara não duvidar da perdição dos que a isso se apegam, quando afirma: “Estou receoso de haver trabalho em vão entre vocês” (Gl. 4.11).

Aparentemente, este texto colide com Rm. 14, onde o apóstolo Paulo deixa claro que ninguém se perde pelo simples fato de optar pela observância de um determinado dia, por cujo motivo isso não deve servir de pretexto para nos fracionarmos.

Mas a verdade solene é que a Bíblia é um todo coerente, e este problema se resolve informando que os gálatas estavam se deixando levar pelos judaizantes que apresentavam estas coisas como tábuas de salvação. Este caso é similar ao que se deu em relação à circuncisão. Como já vimos, Paulo circuncidou  Timóteo, mas repreendeu os gálatas por estarem se circuncidando; como também deixou claro que a guarda de um dia não é motivo de condenação, embora não negue que receava perder o trabalho que ele tivera quando levara o Evangelho à Galácia, por estarem agora os gálatas, que se diziam cristãos, guardando dias. O problema não estava na guarda do dia, mas na finalidade com que o guardavam.

        Em termos simples, o que Paulo disse aos gálatas foi o seguinte: “Quando vocês não conheciam a Deus, vocês serviam aos ídolos; mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como voltam a essas coisas primárias, fracas e pobres, às quais novamente querem servir? Vocês estão guardando dias, meses, tempos e anos, por julgarem estas coisas indispensáveis para salvação. Isto me faz ficar receoso de haver perdido todo o trabalho que eu tivera para evangelizar e doutrinar a vocês, pois este procedimento leva á perdição”.

Assim, podemos perceber que a guarda de um determinado dia (no caso, o sábado) pode não ser “uma simples infantilidade inofensiva praticada pelos adventistas”, como erroneamente supõem alguns evangélicos mal informados. O Sabatismo é perigoso; ele bem pode ser uma artimanha de Satanás para nos pôr a perder, embora já tenhamos deixado claro que estamos convictos de que nem todos os sabatistas são perdidos. Sim, há muitos adventistas inegavelmente salvos pelo sangue de Jesus. Estes carecem tão-somente de maiores esclarecimentos (At. 18.26).

        Os adventistas alegam que os dias que Paulo desaconselhou os gálatas a guardarem não são uma referência ao sábado semanal; mas o fato de o apóstolo Paulo não dar nome a esses dias, prova que o cristão não pode guardar dia algum, julgando-o indispensável à salvação.

        Satanás tudo faz para não fitarmos o Gólgota. Para isto ele usa recursos diversos, como a idolatria, a feitiçaria, o ateísmo, o materialismo, as orgias sexuais, a embriaguez, o paganismo, as vãs filosofias etc.; inclusive procura nos entreter com a guarda de um determinado dia e até mesmo com AS BOAS OBRAS. Estas, segundo a Bíblia, são importantíssimas, mas não podem salvar.

Aquele que tenta se salvar através das boas obras, se perderá; e aquele que pensa que é salvo, mas não as faz, está enganando-se a si mesmo (Ef. 2.8-l0; At. l0 e 11; Tt. 2.14; II Tm. 1.9; Rm. 11.6).

Quem não faz boas obras não esta salvo, mas o motivo pelo qual está perdido, não é porque não faz boas obras mas, sim, não faz boas obras porque não está salvo; pois, se estivesse salvo, as faria. Não as faria para se salvar, mas as faria por ser salvo.

Ora, se até mesmo com as BOAS OBRAS, às quais devemos nos dedicar de corpo e alma, não podemos nos entreter com prejuízo do Calvário, que será daqueles que, subestimando o precioso sangue de Jesus, se entretem com obras obsoletas, anuladas por Jesus na Cruz, como é o caso da guarda do sábado?

Pensem nisso e repensem, os adventistas sinceros! Sabemos que muitos sabatistas não barganharam a cruz de Cristo pelo sábado, mas o apreço a este mandamento que caducou no Gólgota pode torná-los presas fáceis do engodo satânico. Cuidado! Afastem-se desse abismo! A queda será fatal!

 

O Sábado e os Colossenses

        Na epístola de Paulo aos colossenses, capítulo dois, versículos dezesseis e dezessete, podemos ler o que se segue: “Ninguém pois vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo”. Esta passagem bíblica deveria ser mais que suficiente para provar que os cristãos não precisam guardar o sábado, pois diz textualmente que os sábados e outros preceitos como lua nova, dias de festa, etc. eram sombras ou tipos das realidades vividas hoje por nós, no Novo Testamento.

Mas os adventistas “refutam” a este argumento dizendo na obra intitulada Estudos Bíblicos, editada pela CPB,página 378, que os sábados aí mencionados não são os sábados semanais e sim, as festas judaicas, como a páscoa, o pentecostes, o jubileu, a lua nova etc.

Mas eles precisam atentar para o fato de que se assim fosse, nenhuma necessidade haveria do apóstolo Paulo dizer que ninguém pode nos condenar, por não estarmos observando os dias de festa e os sábados.

Observemos que o apóstolo diz que ninguém pode nos julgar pelo que comemos ou deixamos de comer, pelo que bebemos ou deixamos de beber, por causa dos DIAS DE FESTA, ou de lua nova, ou de SÁBADOS. Logo, as festas e os sábados sãos distintos, ou seja, uma coisa não é a outra. E se são coisas distintas (embora seja verdade que as festas ou solenidades judaicas são chamadas de sábados no original hebraico), os sábados aqui referidos por Paulo são, necessariamente, os sábados semanais.

        Os adventistas “respondem” a este argumento dizendo que “a lua nova também era dia de festa, e, não obstante, o apóstolo destacou os dias de festa da luz nova”. Querem dizer com isso que “assim como a lua nova era um dia de festa como os demais dias festivos, mas o apóstolo a destacou dos demais, também os sábados mencionados em Cl. 2.16 são as festas judaicas, não obstante estarem destacados dos demais dias festivos”. Alegam que se trata duma repetição, para reforçar a idéia. Por que a interpretação tem que ser essa? Essa “hermenêutica” é a única admissível?.

        A razão pela qual Paulo destaca a lua nova dos demais dias festivos é porque as solenidades da lua nova se concretizavam todos os meses do ano. Ora, por mais solene que seja, algo que se faz todos os meses não pode ser considerado festa, no sentido pleno da palavra.

Todos os assembleianos e batistas, assim como demais evangélicos, estão convictos que a festa magna do Cristianismo é a Santa Ceia do Senhor. Não obstante, se o leitor for a um de nossos templos em dia de Santa Ceia e nos perguntar: “Há festa hoje?” nós lhe responderemos: “Não”.

Embora em seguida o pastor possa anunciar do púlpito: “Hoje estamos celebrando a maior festa do Cristianismo, a saber, a Ceia do Senhor, a qual tem por finalidade fazer com que não olvidemos do que o nosso Redentor fez por nós na cruz!”. E não há em tudo isso nenhuma contradição. Além disso, cada culto é, a bem-dizer, uma festa, apesar de não sê-lo no significado maior desta palavra. Sim, a Santa Ceia do Senhor é uma solenidade estupenda, mas como a celebramos amiúde, isto é, duas vezes por mês, não a chamamos de festa, exceto quando queremos salientar a sua importância.

        Como já está claro, os sábados são chamados de sombras dos bens futuros. Os sabatistas concordam que tudo quanto era sombra foi abolido por Cristo. Este é o motivo pelo qual também não se circuncidam, não observam o ano sabático, não sacrificam animais a Iavé, e assim por diante.

Ora, só lhes falta agora abrirem mão do sábado semanal, e do cardápio judaico, já que, segundo a Bíblia, as prescrições a respeito das comidas, das bebidas, dos dias de festa, da lua nova, e dos sábados, também são sombras dos bens futuros, isto é, tipos, que se findaram quando os seus antítipos chegaram.

        Os sabatistas alegam que o sábado semanal não pode ser sombra, pois foi estabelecido antes da entrada do pecado no mundo (Gn 2.2-3). Quanto a isso, porém, eles necessitam atentar para três coisas:

Primeira: Que os sábados eram sombras, é a Bíblia que o diz textualmente e, portanto, não se trata de uma inferência ou dedução que possa ser julgada pelos nossos interlocutores. A Bíblia dá, ou não, a ultima Palavra? Estamos sendo norteados pela Bíblia ou pelas nossas próprias razões?

Segunda: Talvez o sábado não tenha sido sombra inicialmente, mas, sem duvida, foi integrado ao conjunto de normas constituintes do Pacto firmado entre Deus e os judeus, como sombra; e é a Bíblia que o diz. Podemos refutar ao que está claramente exarado nas páginas do Livro dos livros?

Terceira: Onde está escrito que Deus não poderia instituir uma sombra dos bens futuros, antes da entrada do pecado no mundo? Os que respondem dizendo que não está escrito, mas é óbvio, certamente ignoram que Deus é presciente e previdente. A Bíblia, porém, deixa claro que a entrada do pecado no mundo não pegou Deus de surpresa e desprevenido; senão, examine estas referências bíblicas: II Tm. 1.9; Ef. 1.4; I Pe. l.2; Ap. 13.8; 17.8; Is. 46.l0; etc..

        A maneira paulina de alistar os dias de festa, a lua nova e os sábados é antiga, pois consta do Velho Testamento; para provar isso transcrevemos aqui I Cr. 23.31, II Cr. 31.3 e Is. 1.13-14, respectivamente:

    “E oferecerem continuamente perante o Senhor todos os holocaustos, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas, segundo o número ordenado”;

        “A contribuição da fazenda do rei foi designada para os holocaustos: os holocaustos da manhã e da tarde, os holocaustos dos sábados, das luas novas e das festas fixas, como está escrito na Lei do senhor”;

        “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer”.

        Como se pode ver, lendo as transcrições acima, a lua nova, embora sendo também um dia solene entre os judeus, sempre foi destacada das festas fixas.  Paulo não foi o primeiro a usar este critério, e um razoável motivo para as coisas serem assim é o fato de que se tratava duma solenidade que se concretizava amiúde: era um cerimonial mensal.

        Certo adventista argumentou que o fato do vocábulo sábado estar grafado no plural (sábados), prova não se tratar do sábado semanal, e sim das festas judaicas. Não cremos que os líderes dos adventistas usariam um “argumento” tão frágil; isto porque até hoje pronunciamos os dias da semana no plural, em frases como estas: “O programa tal irá ao ar aos sábados, das 15:00 às 16:00 h”;  “Sempre estaremos aqui aos domingos pela manhã”; “Às quartas-feiras o Dr. Fulano estará atendendo no hospital tal”.

        Uma pergunta que certamente ajudará os adventistas a enxergarem que realmente os sábados de Cl. 2.16 são semanais é: Como um sacerdote do Velho Testamento, séculos antes do nascimento de Cristo, interpretava I Cr. 23.31?

Ele tinha que saber o certo, pois era ele quem tinha a incumbência de oferecer os sacrifícios ali prescritos, segundo o número ordenado. Será que ele não estaria equivocado se não oferecesse os holocaustos dos sábados semanais por achar que os sábados, nesse caso, eram as festas fixas e as luas novas?

Pensem nisso os adventistas sinceros! Se o leitor perguntar aos rabinos se os sábados de I Cr 23.31 são semanais, seguramente dirão que sim. E cremos piamente que se esta pergunta fosse formulada aos mais piedosos sacerdotes alguns séculos antes do nascimento de Jesus, todos eles diriam o mesmo. Não é possível chegar-se a uma conclusão contrária. Duvidaríamos da sinceridade daqueles que dissessem que, nas suas opiniões, os sábados de I Cr 23.31 não são semanais. E se em I Cr. 23.31 os sábados são semanais, então os de Cl 2.16 também são. E se são, os sábados semanais eram sombras; e, se eram sombras, passaram-se.

        Cremos que a Bíblia deixou claro para todos nós que o sábado era sombra, e se era sombra morreu na cruz, foi sepultado no pentecostes e jamais ressuscitou. Os sabatistas tentam reanimá-lo, mas ele não reage. E como amam-no apaixonadamente, transportam sobre os ombros esse defunto tão pesado; mas aqui temos por objetivo encorajá-los a sepultarem esse defunto que já foi velado em demasia.

 

O Sábado e os Coríntios.

        Em II Co. 3.6-16 podemos ler o que se segue: “O qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.

    Tendo, pois, tal esperança, usamos de muito ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o véu se tirará” (Edição Revista e Corrigida).

        No texto acima transcrito, o Decálogo é chamado de “ministério da morte” (7a) e de “ministério da condenação” (9a); enquanto que o Novo Testamento é chamado de “ministério do Espírito” (8) e de “ministério da justiça” (9b). Do Decálogo se diz que “veio em glória” (7) e do Novo Testamento se diz que “é de maior glória” (8) e que “excederá em glória” (9b). Do Decálogo se diz que “era transitório” (11a; 13b; 7b), isto é, estava de passagem, ou seja, era provisório; e do Novo Testamento se diz “que permanece” (11b). Do Decálogo se diz que “foi por Cristo abolido” (14b), mas do Novo Testamento se afirma, como dissemos e repetimos, “permanece”.

        Esta porção das Escrituras Sagradas deixa os adventistas num beco sem saída. Sempre que lhes mostramos que a Lei foi abolida por Cristo, eles alegam que “não se trata da Lei de Deus, da qual o Decálogo é um resumo; e sim, da Lei de Moisés, cujos preceitos são cerimoniais e, portanto, sombras das realidades porvir”. Mas agora eles não podem dizer isto, visto que neste trecho da Bíblia o apóstolo Paulo fala exatamente do Decálogo; sim, é o Decálogo que o apóstolo Paulo chama de “ministério da morte”, “ministério da condenação” e afirma que ele era “transitório”, isto é, ele não veio para ficar. Os seus dias estavam contados. Seu fim se aproximava a passos galopantes.

        Está mesmo o apóstolo Paulo falando aqui do Decálogo? Claro que sim, visto que ele, ao falar a respeito do “ministério da morte”, acrescentou que o mesmo foi “gravado com letras em pedras” (7a). Ora, o que foi “gravado com letras em pedras” a não ser o Decálogo?

        Muitos crêem que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras” refere-se a uma “cópia da Lei de Moisés, a qual este escrevera” (Js. 8.32); Esta conclusão, porém, é precipitada, pois está claro que são os Dez Mandamentos que constituem o que o apóstolo Paulo chama de “o ministério da morte”; porquanto, II Co. 3.7 refere-se não ao tempo de Josué e, sim, ao tempo de Moisés. II Co. 3.7 diz claramente esta verdade. Vamos relê-lo para certificarmos desta verdade? “E se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória...”

        Sempre que mostramos este trecho da Bíblia aos adventistas, eles tentam sair dessa situação embaraçosa citando Jr. 31.31-32, que diz“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto, com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles INVALIDARAM, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor” (grifo nosso, Versão Revisada).

        Citando os versículos acima transcritos, os adventistas apresentam o seguinte  “argumento”: A palavra original, traduzida em II Co. 3.7 por ‘transitória’, pode ser traduzida também por ‘abolida’; Isto significa que os judeus, por causa da sua desobediência, estavam invalidando ou ABOLINDO a Lei, isto é, estavam tornando-a sem efeito em suas vidas, visto que ela só é eficaz na vida daquele que a obedece. É disto que Paulo estava falando.

        O “argumento” acima, aparentemente sólido, é um disparate que só serve para revelar o desespero daqueles que, embora sabendo que o erro não presta, não querem abandoná-lo, por estarem apaixonados pelo mesmo. Senão, raciocinemos: Se o motivo pelo qual o apóstolo Paulo disse que o Decálogo era transitório, fosse porque havia alguém transgredindo-o, ele não poderia contrastá-lo com o Novo Testamento, afirmando que este, ao contrario daquele, permanece; visto que o Novo Testamento é transgredido pela grande maioria da humanidade. Se o Decálogo era transitório, porque não estava sendo obedecido por alguém, o Novo Testamento transitório é, já que a maioria esmagadora não o vive também. E, como sabemos, o Novo Testamento também só é eficaz na vida daquele que o aceita. E os falsos cristãos apenas fingem aceitá-lo.

        Concordamos plenamente que o original grego traduzido na ARC por “era transitório” pode ser traduzido por “estava sendo abolido”; mas a “explicação” que os adventistas dão desta passagem bíblica, não resiste um confronto com a Bíblia.

        O trecho bíblico que estamos analisando neste tópico (a saber, II Co. 3.6-16) pode, por si só, dirimir as dúvidas dum inquiridor sincero, pois diz sem rodeios que o Decálogo era transitório, ou seja, estava sendo abolido, e que finalmente sucumbiu com Cristo no Gólgota. Observemos que o versículo l6 diz abertamente que o “Velho Testamento... foi por Cristo abolido” (ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA).

        Quando a Bíblia diz que o Decálogo “estava sendo abolido”, quer dizer com isso que a Lei estava destinada a expirar no Calvário e que, portanto, a partir do momento que ela veio à existência, seu fim se aproximava a cada minuto que passava.

        Por dizer a Bíblia que o Decálogo (ou seja, os Dez Mandamentos, como já explicamos nas páginas anteriores) era transitório, a guarda do sábado semanal transitória era, pois, como todos sabemos, a ordem para se guardar o sábado é o quarto mandamento do Decálogo.

       Os adventistas alegam que se o Decálogo tivesse sido abolido, poderíamos matar, furtar, adulterar, tomar o nome de Deus em vão, adorar ídolos, desobedecer aos pais, mentir, caluniar etc.; visto que, não havendo Lei, não pode haver pecado, já que o pecado é a transgressão da Lei (Rm 4.14). Mas eles precisam saber de três coisas:

1a.) Os ímpios, para quem a Lei foi feita, continuam sendo contemplados por Deus “à base da Lei e os juízos que por ela resultam”; sim, pois I Tm 1.9-10 diz: “Sabendo isto: que a Lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para o mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina”;

2a.) O cristão não está debaixo do Decálogo (é verdade), mas também não está sem Lei. O cristão está sob o jugo de Cristo (Mt 11.28-30). Conforme bem o disse o apóstolo Paulo, estamos sob a Lei de Cristo (I Co. 9.21);

3a.) Se o Decálogo não existe para o Cristão e sim para os ímpios, quando um ímpio se converte a Cristo, deixa, simultaneamente, de ser contemplado por Deus à base da Lei e os juízos que dela resultam e passa, automaticamente, a estar sob as cláusulas do Novo Pacto que ele e Cristo firmam, no ato da conversão.

Relembramos aos adventistas que todos os preceitos morais do Decálogo estão repetidos no Novo Testamento, menos o sábado; e isto é digno de nota, pois este fato testifica que o sábado era sombra dos bens futuros.

 

O Sábado e os Romanos

        Na epístola aos romanos, capitulo sete, versículos quatro a sete, o apóstolo Paulo escreveu: “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos a fim de que demos frutos para Deus. Porque quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela Lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora ESTAMOS LIVRES DA LEI, pois morremos para aquilo em que ESTÁVAMOS retidos, para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.

        Que diremos, pois? É a Lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei, porque eu não conheceria a concupiscência se a Lei não dissesse: ‘Não cobiçarás’ ” (ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA - grifo nossos).

    Este trecho das Escrituras Sagradas nos assegura que ESTAMOS LIVRES DA LEI.

E o que a Bíblia quer nos dizer com isto? Nada?! E qual é a Lei da qual estamos livres? Os sabatistas com os quais temos dialogado responderam a essas perguntas de diversas maneiras.

As respostas  mais comuns foram as seguintes:“Não se trata da Lei de Deus, e sim, da Lei de Moisés”. Mas o fato de o apóstolo Paulo citar um mandamento do Decálogo no versículo sete, prova cabalmente que ele estava se referindo aos Dez mandamentos, ou seja, ao que os  adventistas do sétimo dia chamam de Lei de Deus.

  Paulo não poderia mencionar um preceito do Decálogo no versículo sete para corroborar o raciocínio que ele vinha desenvolvendo, se no contexto o vocábulo “lei” não fosse uma referência a todo o Pentateuco, sem exceção; e, em particular, ao Decálogo. Sim, não poderia, pois lhe faltaria coerência.

Se a Lei, que segundo Paulo comentou no versículo sete proíbe a cobiça, não fosse a mesma mencionada nos versículos anteriores, a citação deste mandamento moral seria um “corpo estranho” dentro do texto em apreço. Assim sendo, a Lei da qual estamos livres é, sem dúvida alguma, todos os mandamentos morais, sanitários e cerimoniais do Pacto de Deus com os judeus. E como a ordem para se observar o sábado semanal é parte integrante daquele Pacto, os cristãos estão livres desse jugo também. Exceto se este mandamento estivesse repetido no Novo Testamento.

          Os adventistas dizem ainda que “livres da Lei diz respeito à absolvição da condenação que pesava sobre nós, a qual foi removida por termos recebido a Cristo”. Porém, à luz da Bíblia, os “livres da Lei” estão libertos não só da condenação da Lei, mas também da obediência à Lei. Doutro modo teríamos que sacrificar animais a Iavé até hoje. (maiores informações sobre esse negócio de Lei de Deus e Lei de Moisés, que os adventistas inventaram, constam no tópico 3, deste artigo)

 

O Sábado: Moral ou Cerimonial?

        O quarto mandamento do Decálogo era moral e cerimonial ao mesmo tempo. O lado moral deste mandamento é a necessidade que todos temos de descansarmos periodicamente, para recuperarmos os desgastes do labor da vida. E o lado cerimonial é o fato desse descanso ter que ocorrer precisamente no sétimo dia da semana. Por que no sétimo? Se descansarmos ás quartas-feiras, não estaremos também nos repousando um dia, a cada sete?

        A necessidade de cessarmos nossas atividades seculares pelo menos um dia por semana para, entre outras coisas, intensificarmos a adoração a Deus, é um princípio moral que, sem dúvida, está de pé. O cristão só não tem é a letra desse mandamento, pois além de constar de uma lei que a cruz de Cristo tornou obsoleta, não consta da Nova Aliança. Assim sendo, sempre que for possível, paremos com os nossos afazeres e rendamos culto ao nosso grande Deus. E ao fazermos isto, se possível, optemos pelo primeiro dia da semana, para comemorarmos a maravilha incomparavelmente superior à criação do Universo, a maravilha da ressurreição de Cristo, a qual nos justifica para com Deus (Rm 4.25). É evidente que o Deus que “descansou” com a conclusão da criação do Universo, “descansa” muito mais com o milagre que nos justifica para consigo; e assim sendo, é justo que façamos festa, ombreando-o nas comemorações. Porém, não nos sobrecarreguemos de regrinhas, transformando o domingo numa espécie de sábado. Lembremos que o Novo Testamento não manda guardar dia algum. O primeiro dia da semana tornou-se conhecido entre os cristãos pelo nome de “dia do Senhor”, porque os cristãos o observavam, e não por determinação divina.

        Como já dissemos, permanece de pé o princípio moral de se descansar amiúde; mas, como já salientamos, não precisamos nos atazanar, caso isso fuja das nossas possibilidades, pois este tema não possui valor salvífico. Sim, pois como todos sabemos, precisamos não só de descanso semanal, mas diário também. Não obstante, já trabalhamos 35 horas consecutivas, e o fizemos sem nenhum peso de consciência, pois sabíamos que estávamos respaldados pela Bíblia (I Ts. 2.9; 2T 3.8).

        Ora, assim como é certo e salutar dormimos pelo menos 8 horas a cada 24 horas, mas, se por uma razão qualquer isso não for possível, Deus não nos condenará por isso, se por um motivo qualquer, não nos for possível cultivarmos o merecido repouso semanal, não nos deixemos abater. Lembremo-nos que temos algo incomparavelmente superior ao descanso semanal, a saber, o descanso espiritual (do qual o sábado semanal era uma sombra, Cl. 2.16-17) nos braços eternos e onipotentes de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt 11.28). Este é o verdadeiro sábado e é ininterrupto.

 

O Sábado e o Dia do Senhor

        Afirmamos repetidas vezes que o Novo Testamento não manda guardar dia algum. Porém, sabemos que alguém poderá objetar, alegando que Ap. 1.10 menciona “O dia do Senhor”. “Que dia era esse? Precisamos saber”, dirá alguém, “pois está claro que o Senhor ainda tem um dia”. A resposta a esta alegação é que como já vimos, a Bíblia mostra que os cristãos do século I tinham predileção pelo primeiro dia da semana (At. 20.6,7, I Co. 16.2); e a História Eclesiástica deixa claro que nos séculos II e III os cristãos tinham como dia de guarda o domingo, ou seja, o primeiro dia da semana. É oportuno relembrarmos que eles o faziam impulsionados pelo Espírito Santo, e não em obediência a uma lei escrita. Sim, o Novo Testamento não registra este mandamento.

        Pois bem, Ap. 1.10 se explica assim: De tanto os cristãos primitivos se reunirem no primeiro dia da semana, se convencionou entre eles identificar este dia com uma nomenclatura especial. E o nome dado foi “Dia do Senhor”. João chamou este dia de “Dia do Senhor” apenas porque este era o nome pelo qual este dia era conhecido.

        Etimologicamente, o significado do vocábulo “domingo”, é “dia do Senhor”. E nós, embora sabedores disso, chamamos o primeiro dia da semana de domingo, apenas para identificá-lo, pois como já está claro, o consideramos como um dia qualquer. E, certamente, João o fez pela mesma razão.

 

Constantino e o Sábado

        Segundo a História Eclesiástica, o imperador Constantino publicou um edito, sancionando o primeiro dia da semana como o dia que os cristãos devem observar. Os adventistas argumentam à “base” disso que os cristãos observavam o sábado, mas Constantino impôs o domingo. Porém, se examinarmos a Bíblia e a História com honestidade, veremos que os cristãos observavam o domingo, e que Constantino, querendo agradar os cristãos, transformou isso em lei, legalizando deste modo o que os cristãos já vinham fazendo, mesmo sem uma lei que os amparasse.

     Gostamos de apoiar as doutrinas que esposamos unicamente nas páginas da Bíblia. Mas como os sabatistas se julgam apoiados pela História Universal ao guardarem o sábado, informamos que, pelo contrário, a História mostra claramente que os cristãos dos séculos II e III observavam o domingo antes de Constantino sancioná-lo. São muitos os registros, mas neste livro registraremos apenas um:

 Justino Mártir“Mas o domingo é o dia em que todos temos a nossa reunião comum, porque é o primeiro dia da semana e Jesus Cristo, Nosso Salvador, neste mesmo dia ressuscitou da morte” (Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos, CPAD, pg. 73, Raimundo F. de Oliveira).

 

 O Sábado na Eternidade

      Is 66.23 diz “que, de uma festa da Lua Nova à outra e de umsábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR” ( Almeida Atualizada, grifo nosso).

Geralmente os adventistas se servem deste versículo para “provarem” que o sábado será observado até mesmo na Nova Terra, ou seja, na eternidade, o que, segundo eles, é evidência de que o sábado é um mandamento eterno.

Mas, o que este texto está dizendo é que na eternidade a adoração será ininterrupta, e nada mais. Doutro modo teríamos que observar a Lua Nova também, visto que o texto em questão afirma de igual modo que os adoradores adorarão de “uma Festa da Lua Nova à outra”.

A Bíblia diz, por exemplo, que os perdidos serão atormentados de dia e de noite (Ap 20. 10). Entretanto, disso não podemos inferir que vá existir dia e noite no inferno. Todos entendemos que, neste caso, o trecho bíblico em pauta está apenas dizendo que o tormento será contínuo.

 

 

 Que Pensam do Sábado os Sabatistas?

       Os sabatistas às vezes demonstram reconhecer que o sábado semanal era sombra, isto é, um cerimonial. Isto porque eles “confessam” textualmente que fervorosos cristãos do passado que não guardavam o sábado, como os hussistas, os huguenotes, os valdenses, os anabatistas, Martinho Lutero etc., eram nossos irmãos em Cristo.

Os adventistas alegam que “eles eram nossos irmãos, não obstante não guardarem o sábado, pois negligenciavam este mandamento por ignorância, e não por maldade”.

Sobre esta mesma base, os adventistas dizem que reconhecem como nascidos de novo os evangélicos que, por falta de maiores conhecimentos da Palavra, não guardam o sábado.

Mas será que os adventistas nos reconheceriam como evangélicos de fato, nascidos de novo, seus irmãos em Cristo, se fôssemos idólatras, adúlteros, feiticeiros e daí por diante, “por falta de maiores esclarecimentos”?

Já provaram que não, pois eles não reconhecem os católicos e os espíritas como nascidos de novo. E isto prova, segundo nos parece, que das duas uma: ou fingem reconhecer-nos como cristãos ou não consideram o quarto mandamento do Decálogo, em pé de igualdade com os demais.

        Das três uma: Ou os sabatistas têm dúvidas quanto a se a inobservância do sábado leva ou não ao inferno, ou não são unânimes quanto a isso, ou são hipócritas.

Se não, então por que às  vezes nos chamam de irmãos e às vezes nos lançam no inferno? Antes de elaborarmos estas linhas, um irmão em Cristo disse-nos: “Irmão Joel, quando você escrever uma obra de refutação ao Adventismo, vou comprar um exemplar, pois presenciei uma coisa horrível: um adventista convidou-me para ir à sua igreja. Quando lá cheguei, assisti a uma peça teatral, segundo a qual os guardadores do sábado entraram no Paraíso e os guardadores do domingo foram lançados no inferno”.

        Um dos nossos alunos disse-nos que ao perguntar a um adventista se ele iria para o inferno se não guardasse o sábado, obteve a seguinte resposta: “Agora eu já lhe mostrei dentro da Bíblia que é da vontade de Deus que observemos o sábado. Portanto, se você continuar a transgredir este mandamento, irá para o inferno. Sim, pois agora você não é inocente”.

 Esse radicalismo próprio dos adventistas típicos é, pois, encontrado com freqüência até na alta liderança dos adventistas. Por exemplo, o “pastor” adventista Alejandro Bullón, sem dúvida um dos maiores líderes dos adventistas disse: “A questão não é simplesmente se... devo ou não devo guardar o domingo... O assunto é muito sério. É uma questão de vida ou morte, de salvação ou perdição”.(Assim Diz o Senhor, página 5, de Lourenço Gonzalez Silva, edição do autor, 1986). E ainda à página 376 deste mesmo livro, o seu autor fez constar: “ ‘Nós cremos que Deus, na sua infinita sabedoria, viu com clarividência, ao fazer do sábado a grande prova de lealdade a Ele nestes últimos dias; e que antes de terminar o tempo da graça para os habitantes do mundo, estes receberão o conhecimento desta verdade e terão de tomar a sua decisão eterna’ ” ( O grifo não é nosso)

        Como já vimos, esta postura intransigente, que caracteriza a maioria dos adventistas do sétimo dia, não se harmoniza com Rm 14.

        Que os adventistas compreendam que o Velho Pacto morreu no Gólgota e que o Novo Concerto vive para sempre! Oxalá os adventistas troquem a hemorolatria (adoração do dia) que eles sabadolatricamente tributam ao sétimo dia da semana, pela Teolatria, isto é, pela adoração a Deus! Que eles, ao invés de guardarem este ou aquele outro dia, guardem o contato com o nosso Amável Salvador e Benfeitor Jesus Cristo, Autor da Nova Aliança, que jamais envelhecerá, a qual não manda guardar dia algum, mas sim, a fé, a única medianeira da graça salvadora que há em Cristo Jesus, nosso Senhor.

 

O CARDÁPIO ADVENTISTA

      Neste capítulo pretendo provar que embora saibamos que antes da entrada do pecado no mundo, ao homem foi dada a ordem de se alimentar só de vegetais: “... Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente: ser-vos-ão para mantimento” (Gn 1.29), mais tarde o próprio Deus deu a seguinte contra-ordem: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento...” (Gn 9.3a). Este novo mandamento era para Noé e sua família (Esposa, filhos, noras, netos, etc.). Logo, Noé e seus descendentes não tinham por que observar nenhuma restrição alimentar quanto ao consumo de carne, pelo menos até que Deus ditasse o que consta de Lv 11 e outros textos correlatos.

Além disso, há aqui outros pontos dignos de nossa atenção. Vejamo-los:

1ª) estes textos (refiro-me a Lv 11 e demais textos correlatos que estabelecem o cardápio dos judeus) não era um retorno a Gn 1. 29, já que só proibia algumas carnes;

 

2ª) era uma ordem dada aos judeus, milênios após a criação do homem, a saber, quando a Lei veio, muitos séculos após (Gl 3.17). E, sendo assim, os demais descendentes de Noé (no caso, as outras nações) não estavam sujeitas a isso.

 

3ª) uma das muitas provas bíblicas de que algumas das restrições feitas aos judeus, não eram extensivas aos outros povos, é o que consta de Dt 14. 21, que diz: “Não comerás nenhum animal que tenha morrido por si; ao peregrino que está dentro das tuas portas o darás a comerou o venderás ao estrangeiro...” (Grifo nosso). Aqui Deus proíbe aos judeus de comerem um animal que não tenha sido morto pelo homem, mas os manda doá-lo ao peregrino ou vendê-lo a um estrangeiro. Este caso é similar ao dos nazireus que, como todos os que estudam a Bíblia sabem, não podiam comer uvas: (...”nem uvas secas ou frescas comerá” [ Nm 6: 3b]). Esta proibição não era nem para todos os israelitas, mas apenas para aqueles que, dentre os judeus, fizessem o voto de nazireu, e enquanto o dito voto durasse;

 

4ª) ninguém deve estranhar o fato de o imutável Deus estabelecer para Adão uma dieta à base de vegetais; depois, mandar Noé comer todas as carnes; posteriormente, proibir algumas carnes aos judeus; e, atualmente, voltar a nos dizer o mesmo que dissera a Noé: Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento... ”.como veremos abaixo. Sim, pois o Deus da Bíblia é assim mesmo. Só os que ignoram que há várias Dispensações, bem como diversos Pactos (com Adão, com Noé, com Abraão, com os judeus, com Davi e com a Igreja), se surpreendem com isso. Sim, conforme Deus firma com o homem um Novo Pacto, coisas que haviam sido proibidas antes, podem ser liberadas e vice-versa. Veja os exemplos abaixo:

         Deus proibiu matar Caim (Gn 4:15), mas mandou Noé executar os assassinos (9:6). Isto significa que se Caim fosse contemporâneo de Noé, a lei de talião lhe teria sido aplicada por ordem divina;

         Jacó casou com a sua cunhada (Gn 29: 21-31), mas aos judeu isso foi proibido (Lv 18:18);

  • Abraão, Jacó e tantos outros servos de Deus, que viveram antes e durante a vigência do Antigo Testamento, além de serem bígamos e polígamos, se relacionavam sexualmente com suas criadas (Gn 16:4; 29:32 - 30:24). Hoje, porém, não se proíbe apenas o concubinato, mas se estabelece como Lei, sob pena de condenação eterna, a monogamia. Por que Deus permitiu no Antigo Testamento algumas coisas que Ele não permite hoje? Não posso tratar deste assunto aqui, pois, o mesmo foge ao escopo deste livro. Por ora quero apenas observar que a nossa responsabilidade e obrigações diante de Deus mudam de uma Dispensação para outra Ademais, por razões não reveladas, Deus nunca proibiu o homem de fazer todas as coisas erradas. Até hoje, algumas coisas erradas são toleradas. Só para citar um exemplo, Deus nunca proibiu os seus servos de terem escravos. Abraão, Jacó, e outros servos do Senhor, os tiveram (Gn 22.3; 32.5). O Novo Testamento exige que os senhores sejam humanos para com seus escravos (Ef 6.9), o que implica em permissão para tê-los. Ora, todo o mundo sabe que a escravidão não é boa coisa. Por mais que o amo seja humano, ser amo é ser desumano. Isto significa que aquele crente que paga um salário miserável aos seus empregados, embora esteja errado, e precise mudar quanto a isso, não podemos tachá-lo de filho do diabo por isso, já que se ele pode até possuir escravos, remunerar mal as mãos-de-obra a seu serviço seria dos males o menor. Logo, Deus ainda nos tolera até hoje.

         havia fervorosos servos de Deus (Abel, Enoque, Noé ... ) antes de Abraão, mas só a partir deste patriarca que a circuncisão entrou em vigor (Gn 17: 9 – 27). Ademais, a Melquisedeque e a outros servos de Deus contemporâneos de Abraão, não encontramos Deus dando a mesma ordem. A circuncisão era só para Abraão, seus descendentes e os seus servos (Gn 17:27). Abraão era, portanto, do Novo Testamento. Sim, em relação ao Pacto de Deus com Noé, Abraão viveu uma espécie de Novo Testamento, tendo, pois, um dever que os que o precederam _Abel, Sete, Enoque, Noé..._ não tinham: a circuncisão. Aliás, até mesmo alguns de seus contemporâneos, como, por exemplo, Melquisedeque e os seus súditos, estavam sob outra Aliança;

         dissemos e provamos que Abraão era de um Novo Testamento. E o mesmo podemos dizer de Moisés e seus liderados. Estes também receberam mandamentos que nenhum servo de Deus havia recebido antes. Nenhum de Seus servos que viveram antes do êxodo de Israel do Egito, teve de observar a Páscoa, o Pentecostes, o Ano Sabático, o Jubileu, o Dia da Expiação, etc. Logo, Moisés e os demais que com ele saíram do Egito também viveram numa espécie de Novo Testamento. De certo modo, Moisés também podia dizer: “Abrão era do Velho Testamento”.

      Dividir a Lei em moral, sanitária, cerimonial etc., não é errado, desde que o façamos com conhecimento de causa e para fins de estudo, e não para ludibriar os incautos por intermédio desse “malabarismo”. Informemos que este recurso é humano e não divino.

        Mesmo sendo a dieta judaica da qual trata Lv. 11, uma Lei sanitária, o certo é que os cristãos não estão sujeitos a esse cardápio, pois Rm. 14.1-3 diz claramente que estamos livres para comermos de tudo, e que aquele que acha que o cristão deve comer só legumes, é fraco. Na Versão Revisada, Rm. 14.2 está traduzido assim: “Um crê que de tudo se pode comer, e o que éfraco, come só legumes” (Grifo nosso). Medita também, ó leitor, em I Tm 4.1-5 e em I Co. 10.25 que respectivamente dizem:

 

a)“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada”;

b) “Comei de tudo quanto se vende no açougue sem perguntar nada, por causa da consciência”. (Este versículo é mais do que um retorno a Gn 9.3a. Trata-se de uma manutenção parcial da Lei dada aos gentios nos dias de Noé. É que aos gentios Deus sempre permitiu o uso de todas as carnes na alimentação. E, quando nos convertemos ao Senhor, este nos mantém na mesma liberdade quanto a isso, como também, no passado, o fez a Noé, dizendo-lhe: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento... ”.   

        O fato de a Bíblia reprovar a glutonaria (Gl. 5.21) prova que é da vontade de Deus que cuidemos bem do nosso corpo. Daí os evangélicos absterem da maconha, da embriaguez, da cocaína, do fumo, etc.. Mas os sabatistas extrapolam, proibindo o uso da carne de porco, bagre e outras carnes, conforme prescrito em Lv. 11, e desaconselhando toda e qualquer carne em obediência às recomendações da senhora Ellen White.

        Não estamos nos levantando contra o cardápio dos adventistas, mas tão-somente sugerindo que mostremos aos nossos discipulandos a distinção que há entre o Cristianismo e o menu. E necessário informarmos a todos que a questão do que se deve ou não comer, não é tema religioso; antes refere-se a questão de ordem sanitária. É preciso informar que o Novo Testamento não preceitua nenhum cardápio á Igreja, como já vimos. É importante observarmos que a proibição a comer algumas carnes, consta só do Antigo Testamento; e que a sugestão à abstinência de toda e qualquer carne não consta em parte alguma da Bíblia. Sim, exageram os adventistas, quando desaconselham o uso do café e outros alimentos que eles consideram proibidos por Deus.

        Se o cardápio dos adventistas é ou não salutar, é discutível; e que os nutricionistas se dêem ao trabalho de fazê-lo. Mas adicioná-lo ao corpo de doutrinas da fé cristã é adulterar o puro leite espiritual (I Pe 2.20). Uma prova disso é o fato de o apóstolo Paulo, que segundo At. 20.27, anunciou “todo o conselho de Deus”, não ter registrado estes mandamentos nas suas epístolas.

        É corretíssimo lavar as mãos antes das refeições; negligenciar isso pode ser fatal. Mas o Senhor Jesus Cristo disse que isto não contamina o homem (Mt 15.1-20). À luz das Palavras de Jesus, registrada em Mt. 15.20 afirmamos, sem medo de errar, que a única coisa “grave” que pode ocorrer a um cristão que come sem lavar as mãos é o apressamento da sua ida para o Paraíso Celestial.

        Embora Jesus tenha dito que comer sem lavar as mãos não contamina o homem, ousamos dizer que contamina sim. E este paradoxo entre nós e Cristo se explica assim: Comer sem lavar as mãos pode contaminar materialmente, mas nunca espiritualmente. Isto prova que as obrigações do Ministério da Saúde não foram confiadas à Igreja (embora, como indivíduos, os membros da Igreja possam acatar e recomendar as orientações deste tão importante órgão).

        Os adventistas alegam que é racional concluirmos que Deus quer que tomemos medidas salutares para com o nosso corpo. E nós concordamos plenamente e acrescentamos que, não obstante, Ele não nos lançará no Inferno, se não formos extremamente negligentes quanto a isso. Caso contrário Jesus Cristo teria ensinado heresia, quando sustentou que comer sem lavar as mãos não contamina o homem. Ora, comer sem lavar as mãos pode não ser menos prejudicial à saúde do que tomar café, comer bagre, comer carne de porco, etc.

       Seria bom se todos fôssemos vegetarianos? Há quem diga que sim, bem como os que divergem. E que debatam sobre este assunto os que pelo mesmo se interessarem. Porém, jamais admitamos que estas questões sejam incluídas no corpo de Doutrinas da fé cristã, visto que fazê-lo colide com Êx. 12.8 e Lv. 11 onde respectivamente Deus manda comer carne ao instituir a Páscoa, e alista os animais que os judeus podiam comer.

        Do que temos exposto está claro que os adventistas crêem que um bom cristão é, necessariamente, um nutricionista que ensina e pratica uma boa dieta alimentar. A este respeito, eles são mais “zelosos” do que Deus. Senão, vejamos: No Antigo Testamento Deus proibiu comer certas carnes, mandou comer algumas e liberou outras. No Novo Testamento Ele não proibiu, não mandou e nem desaconselhou o comer quaisquer carnes.

Mas os adventistas proíbem comer algumas carnes e desaconselham outras. Esta atitude colide com a Bíblia, que diz que podemos comer de TUDO quanto se vende no mercado (I Co. 10.25-26) e que ninguém nos pode julgar (ou condenar) pelo comer ou pelo beber (Cl. 2.16).

Isto não significa que o cristão não possa abster-se de comer e/ou beber algo e, sim, que não é necessário submetermos ao que a Lei (o Pentateuco) determina quanto a isso.

O corpo de doutrinas que norteia a Igreja é o que está contido em toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse. Mas é aí mesmo que encontramos a informação de que só são aplicáveis à Igreja os mandamentos do Novo Pacto, embora todos os mandamentos morais constantes do Velho Testamento estejam repetidos no Novo. Como já dissemos, repetidos e não transportados.

        Os adventistas adoram citar II Co. 6.16-18 objetivando “provar” que as carnes tidas por imundas no Antigo Pacto não podem ser saboreadas pelos cristãos.

Mas a verdade solene é que o apóstolo Paulo está tão-somente fazendo uma aplicação do que está exarado em Is. 52.11 e Jr. 31.1,9. O que este apóstolo está dizendo é que assim como na Velha Aliança, os judeus não podiam tocar algo que a Lei tachava de imundo (uma mulher hemorrágica, por exemplo), o cristão não pode transgredir os preceitos da Nova Aliança. Em outras palavras: Assim como os judeus não podiam comer as carnes de animais imundos, não podemos desobedecer aos mandamentos constantes do Novo Testamento.

        Quando dizemos que a Lei foi abolida, não estamos afirmando que Gn 1.1, por exemplo, tenha sido abolido, pois como todos sabemos, esta referência bíblica é o registro de um fato histórico, e não uma Lei. Chamamos “Lei” aos mandamentos constantes do Pacto que Deus firmou com os judeus. Estes foram todos abolidos. Até os “não matarás, não adulterarás, não furtarás...” foram abolidos.

O cristão não se abstém do furto em obediência ás determinações da Lei de Moisés e, sim, em obediência à Lei de Cristo (I Co. 9.21). E a Lei de Cristo e a Lei de Moisés são distintas e diferentes. Muitos dos mandamentos da Lei de Cristo são iguais aos da Lei de Moisés, mas isso se dá por mera coincidência. Lembremo-nos que o Novo é novo, e não o Velho melhorado.

        Como já dissemos, os adventistas tripartem a Lei em Lei moral, Lei sanitária e Lei de Moisés. Afirmam que a parte cerimonial da Lei, como os sacrifícios de animais, por exemplo, não é, em parte alguma da Bíblia, chamada de Lei de Deus; e que essa é a Lei que Cristo aboliu, à qual não estamos sujeitos. Segundo eles, sempre que o Novo Testamento diz que “Cristo nos libertou da Lei”, está, ou se referindo à libertação da condenação da Lei, ou aludindo à Lei de Moisés, e não à Lei de Deus.

Acontece, porém, que em II Cr. 31.3 e em Lc. 2.24, os sacrifícios de animais são chamados de “Lei do Senhor” ou “Lei de Jeová”, segundo os originais. Ora, se a Lei de Deus não foi abolida, e os sacrifícios de animais constam da Lei de Jeová, os adventistas devem sacrificar animais a Deus até hoje.

Talvez os adventistas retruquem dizendo que os sacrifícios de animais constam da Lei do Senhor ou Lei de Jeová, e não da Lei de Deus; mas aí perguntaremos: Jeová e Deus são duas pessoas distintas? O Senhor é uma pessoa e Deus é outra? É possível ser de Jeová sem ser de Deus?

        A Lei de Deus é chamada de Lei de Moisés porque este foi o seu medianeiro, ou seja, Deus a deu por sua instrumentalidade; senão, compare os versículos 1 e 8 de Ne. 8.

    Já deixamos claro que o Novo Testamento não prescreve um cardápio especial para a Noiva de Cristo; mas como esta afirmação parece colidir com At 15.28-29, esclarecemos que as restrições em questão eram de caráter provisório e se destinava a facilitar o relacionamento entre os judeus e os gentios que haviam se convertido à fé cristã.

Nada mais era que uma demonstração de respeito às crenças dos irmãos fracos na fé. Uma prova clara de que as coisas são assim, é que esta passagem só proíbe quatro coisas. Por que isso? Só há quatro pecados? Por que não se proíbe neste texto, a inveja, o roubo, a calúnia, a mentira, etc.? Será que alcançaremos o Reino de Deus se guardarmos só estes quatro mandamentos? Obviamente que não.

        Esta passagem (At. 15.28-29) pode ser parafraseada assim:“No que diz respeito às leis judaicas (às quais não estamos sujeitos, pois as praticando ou não, seremos salvos pela fé em Jesus), pareceu bem ao Espírito Santos e a nós, para não escandalizarmos os nossos irmãos judeus, que vocês abstenham dessas quatro coisas: Do sangue, das coisas sacrificadas aos ídolos, da carne sufocada, e do casamento com os judeus, bem como do relacionamento sexual durante a menstruação. Não há maldade alguma em fazer estas coisas, mas devemos fazer como fracos para ganharmos os fracos, e como judeus para ganharmos os judeus”.

    Uma prova de que esta conclusão está correta é que esta passagem proíbe comer algo que tenha sido sacrificado aos ídolos e, não obstante, o apóstolo Paulo deixa claro, em I Co. 8, que o cristão está livre para comer estas coisas, contanto que não escandalize o irmão fraco.

O erudito pastor Raimundo F. de Oliveira, em seu livro intitulado “Como Estudar e Interpretar a Bíblia”, editado pela CPAD - Casa Publicadora das Assembléias de Deus - página 139, argumenta:“Para Paulo, comer carne sacrificada a ídolos não significa nada, mas por causa daqueles que estavam à sua volta e que pensavam que isto implicava em pecado, ele não comia”.

        A nosso ver, a interpretação acima é correta e que, portanto, I Co 8 prova que At. 15.28-29 era uma medida de caráter provisório, objetivando tão-somente o estreitamento da comunhão entre os irmãos.

Assim pensa também a liderança das Assembléias de Deus no Brasil, visto que segundo o livro Administração Eclesiástica, da autoria dos pastores Nemuel Kessler e Samuel Câmara, também editado pela CPAD, 2ª edição de 1.992, página 100, a CPAD não publica livro algum, sem antes submetê-lo ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembléias de Deus, que examina se “nada contraria as doutrinas esposadas pelas Assembléias de Deus.”

Logo, a cúpula assembleiana aprovou o livro supracitado, da autoria do pastor Raimundo. E, sendo assim, fica claro que pelo menos um dos mandamentos constantes de At 15.29, não precisa ser observado (a não ser por questão de consciência), segundo a alta liderança das Assembléias de Deus. Ora, se um dos mandamentos registrados em At 15.29, não é moral, os demais mandamentos registrados neste versículo também não podem ser morais, pois tamanha falta de coerência ou associação de idéias constituiria insuperável violência à Hermenêutica.

        Salientamos que At. 15.28-29 é, simultaneamente, cultural e transcultural, temporal e eterno. É transcultural, pois em qualquer parte do mundo se deve respeitar a consciência alheia; e é cultural, pois trata duma demonstração de respeito à cultura judaica. É temporal, pois passou com o tempo; e é eterno, pois sempre que se fizer necessário, o cristão deve abster-se de algo que possa fazer o seu irmão inexperiente tropeçar.

        Na nossa obra intitulada “Transfusão de Sangue Não é Pecado”, tecemos um comentário mais profundo, em apreço a At. 15.28-29. Lá mostramos que assim como o apóstolo Paulo circuncidou Timóteo (At. 16.1-5), fez voto de nazireu (deixou os cabelos crescerem e depois rapou a cabeça, At. 18.18) e ofereceu sacrifícios, mas todos nós compreendemos que tais medidas eram provisórias, assim devemos também encarar este texto em apreço, a saber, At. 15.28-29.

        O maior erro dos adventistas do sétimo dia quanto ao que se deve ou não comer, não consiste no fato de se absterem de certos alimentos, nem tão pouco no fato de nos aconselharem a fazermos o mesmo; mas sim, por afirmarem que aqueles cujos cardápios diferem do deles estão indo para o Inferno.

Senão, vejamos o que diz o “pastor” adventista, Alejandro Bullón, um dos maiores líderes dos adventistas, no prefácio do livro abaixo identificado: “A questão não é simplesmente se posso ou não posso comer carne de porco... O assunto é muito sério. É uma questão de vida ou morte, de salvação ou perdição...” (Transcrito do livro adventista intitulado Assim Diz o Senhor, 3ª Edição, 1986, da autoria de Lourenço Gonzalez Silva, edição do autor, página 5).

O senhor Lourenço Gonzalez Silva, autor desse livro infernal, que é prefaciado com elogios e recomendações pelo “pastor” Alejandro Bullón, afirma às páginas 323-327 que as igrejas evangélicas que não se abstêm de café, coca-cola, presunto, mortadela, salame, camarão, lagosta carne de porco... são igrejas falsas, hipócritas, e que, portanto, estão indo para o Inferno.

        A atitude radical do “pastor” Alejandro Bullón, de condenar os evangélicos que comem carne de porco e outras carnes por ele proibida, não constitui um ato isolado. Aliás, o adventista que não for tão fanático quanto ele, não estará sendo um autêntico seguidor do Adventismo.

Podemos dizer inclusive, que os adventistas devem ser até mais radicais do que ele, se é que querem mesmo obedecer à papisa Ellen White, visto que essa falsa profetisa teve a audácia de proibir o consumo de toda e qualquer carne, chegando ao cúmulo de dizer que os que consomem alimento cárneo não estão mantendo uma linha divisória com os ímpios e seriamente comprometendo sua salvação eterna. Para que o leitor veja que de fato as coisas são assim, vejamos as transcrições abaixo:

 

...Há pessoas que devem ser despertadas para o perigo de comer carne, que ainda comem carne de animais, pondo assim em risco a saúde física, mental e espiritual. Muitos que são agora só meio convertidos quanto aa questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele”. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 388, da autoria de Ellen G. White, Casa Publicadora Brasileira - grifo nosso)

 

...O regime cárneo é questão séria. Hão de seres humanos viver da carne de animais mortos? A resposta, segundo a luz dada por Deus é: Não, decididamente não”.(ibidem. Grifo nosso)

... Foi-me mostrado claramente que o povo de Deus deve assumir atitude firme contra o comer carne... Os que usam carne menosprezam todas as advertências que Deus tem dado relativamente a esta questão. Não possuem nenhuma prova de estar andando em veredas seguras. Não têm a mínima desculpa quanto a comer a carne de animais mortos”. (ibidem - grifo nosso)

 

“ Não dê nenhum de nossos pastores um mau exemplo no comer carne. Vivam, eles e suas famílias, segundo a luz da reforma de saúde. Não animalizem nossos pastores sua natureza e a de seus filhos...  (Ibidem pág. 399 - grifo nosso)

 

Andem nossos pastores sob a bandeira da estrita temperança. Nunca vos envergonheis de dizer: Não, obrigado; não como carne”. (Ibidem pág. 402)

 

        O Professor Tavares (EX-ADVENTISTA), em seu artigo intitulado PARA OS ADVENTISTAS A SALVAÇÃO É MUITO MAIS DO QUE ACEITAR A CRISTO, publicado no jornal Desafio das Seitas, segundo trimestre de 2001, editado pelo CPR_ Centro de Pesquisas Religiosas, à página 11 faz a seguinte observação:

“Ellen White afirma que tomar chá e café é pecado. Escreveu essa advertência no livro Temperança, pág. 80. Na pág. 273 do mencionado livro Ellen White cita que Daniel foi vegetariano.

        Assim é ensinado pela Igreja Adventista não somente em seus púlpitos como nas lições da Escola Sabatina. Entretanto, nas Escrituras Sagradas, no próprio livro de Daniel 10:3, o texto deixa claro que Daniel comia carne.

        Fico pensando que, segundo a doutrina adventista, Daniel perdeu a salvação pelo fato de ter comido carne”.

   Repetimos que comer isto ou aquilo outro não é questão relevante, visto não possuir valor salvífico, segundo Romanos 14. Mas, nos acusarmos mutuamente por essas questões, pode nos levar à perdição. Atentemos para o fato de que Romanos 14 não reprova prato algum, mas censura aqueles que vêem no cardápio alheio, motivo de perdição.

        Circuncidar ou não, era, segundo o apóstolo Paulo, algo de somenos importância (I Co. 7.19; Gl. 5.6; At. 16.3). Mas como os gálatas o faziam para se salvar (At. 15.1), ele asseverou que eles haviam caído da graça e que estavam separados de Cristo (Gl. 5.2-4). Isto prova que os escrúpulos dos adventistas só poderiam ser tachados de infantilidade inofensiva se eles não fizessem disso motivo de salvação ou perdição.

Mas, como vimos acima, Ellen White e seus discípulos afirmam que a dieta alimentar interfere na salvação. Sim, ao fanatismo de Ellen White aquiescem até os expoentes da seita em questão, como Alejandro Bullón, Lourenço Gonzalez, Floriano Xavier etc.    

 

 

 

                                             SOBRE O ALÉM-TÚMULO

 

Que Diz a Bíblia

 

 

        É incrível, mas muitos religiosos confessam não crer que haja existência consciente entre a morte e a ressurreição. Afirmam que “essa crença é de origem pagã”. Esta é, por exemplo, a opinião dos adventistas do sétimo dia. Mas, se examinarmos as Escrituras Sagradas sem idéias preconcebidas, facilmente enxergaremos que Jesus Cristo e os apóstolos pregaram a existência de vida consciente no além-túmulo. São diversas, as referências bíblicas que poderíamos citar para provar a ortodoxia do que acabamos de afirmar. Todavia, fiquemos por enquanto só com as que estão relacionadas a seguir.

 

 Filipenses 1.21-26

 

Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne. E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé. Para que a vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós” (Almeida Revista e Corrigida).

        Agora passemos á interpretação da transcrição acima.

No versículo 21, o apóstolo Paulo apresenta o seu conceito acerca da vida. Para ele, Cristo é a vida, ou seja, viver é estar com Cristo. A seguir, ele mostra que na sua opinião a morte, para o salvo, não representa nenhuma derrota, sendo até vantajosa.

No versículo 22, ele chama o não morrer de viver na carne e assegura que se isso lhe concedesse oportunidade de produzir frutos, isto é, a oportunidade de fazer uma obra maior em prol do Reino de Deus, ele ficaria sem saber o que escolher. Ora, se ao NÃO MORRER ele chama de VIVER NA CARNE, naturalmente o morrer é, obrigatoriamente, o contrário disso; E o contrário de VIVER NA CARNE só pode ser VIVER FORA DA CARNE. O contrário de viver é morrer, mas o contrário de viver dentro duma certa casa não é morrer, mas, sim, viver fora dela.

A seguir, Paulo diz que estava em aperto de ambos os lados, mas que desejava “partir para estar com Cristo”, por ser isto muito melhor. Depois da opção registrada no versículo 23, ele volta atrás no versículo 24, e decide por “ficar na carne”, o que equivale a dizer, NÃO ficar FORA DA CARNE, como já vimos.

Ora, é fácil vermos que o apóstolo rotula o não morrer de “VIVER NA CARNE” e “FICAR NA CARNE”. E à morte ele chama de “PARTIR” e “ESTAR COM CRISTO”. Finalmente, ele deixa bem transparente que o que ele chamava de PARTIR E ESTAR COM CRISTO não era uma referência ao arrebatamento da Igreja.

Senão, vejamos: No versículo 25, ele garante que não ia partir e, sim, ficar e permanecer com os irmãos, para proveito deles e gozo da fé. Ora, se ele estivesse se referindo ao arrebatamento da Igreja, ele teria mentido, pois já morreu e, portanto, não permaneceu conosco.

Cadê ele? Se ele não estivesse, no contexto, se referendo à morte e à vida quando disse que não sabia o que escolher entre viver na carne ou partir; e também quando disse que decidiu por ficar e que deste modo sabia que ficaria, ele não teria morrido e nem morreria nunca, pois pertenceria ao grupo de salvos que estará vivo no dia da vinda de Jesus (I Ts. 4.17); mas isso não aconteceu, visto ter ele morrido e, assim, podemos ver que para ele, morrer era viver fora da carne e partir para estar com Cristo.

        Depois de tudo que já dissemos, ainda nos resta, juntamente com o leitor, analisarmos o versículo 26, no qual o apóstolo Paulo, depois de dizer no versículo 24 que julgava mais necessário, por amor aos irmãos, ficar na carne; e no versículo 25 que, por conseguinte, sabia que ia ficar, diz, no versículo 26, o objetivo disso: “Para que a vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós”.

Está claro que o apóstolo Paulo está se referindo aí a não morrer tão cedo, mas FICAR com os irmãos por mais algum tempo para poder fazer a eles mais uma visita e, deste modo, contribuir para que a glória dos irmãos abundasse por seu intermédio, em Cristo Jesus”. Sim, o texto bíblico transcrito e analisado neste tópico prova cabalmente que Paulo chamou a morte de “partir para estar com Cristo”, o que prova que ele acreditava na realidade duma existência consciente entre a morte e a ressurreição.

        Se Paulo estivesse se referindo ao arrebatamento, ele teria optado por não ser arrebatado para ser útil aos irmãos, o que é um absurdo.

 

 II Coríntios 5.1-8

       “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não ao feita por mãos, eterna, nos Céus. Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do Céu, se é que, estando vestidos, não formos achados nus. Porque na verdade nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu como penhor o Espírito Santo. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista); temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor” (Versão Revisada).

        No versículo l, o apóstolo Paulo chama o nosso corpo de “casa terrestre deste tabernáculo” e assegura que se ele se desfizer, receberemos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos (isto é, não desta criação, ou seja, não feita pelo homem), diz que este edifício é uma casa eterna e ainda dá o seu endereço: ela está nos Céus.

Ora, quando é que a “casa terrestre deste tabernáculo” se desfaz? Porventura não é quando se morre? Paulo não está aqui se referindo ao arrebatamento da Igreja, pois no arrebatamento os nossos corpos não serão destruídos, pois subiremos ao Céu em corpo, alma e espírito.

Os corpos dos cristãos que estiverem vivos, quando do arrebatamento da Igreja, não serão destruídos, mas, sim, transformados (1Ts 4.13-17; 1Co. 15.51-52). Sem dúvida alguma, o apóstolo Paulo estava se referindo à morte, quando escreveu ensinando acerca das conseqüências da destruição da “casa terrestre deste tabernáculo”.

        Nos versículos 2-5, o apóstolo confessa que nós gememos, desejando muito ser revestido da nossa habitação que é do Céu, e acrescenta que foi Deus, o qual nos deu o penhor do Espírito Santo, quem nos preparou para isto.

        No versículo 6, ele diz que enquanto estamos presentes no corpo estamos ausentes do Senhor; daí podermos deduzir que quando não estivermos presentes no corpo, estaremos na presença do Senhor. Perguntamos: Que é estar presente no corpo? Não é estar vivo? Se sim, quando estivermos ausentes do corpo, ou seja, quando morrermos, estaremos presentes com o Senhor. Isto é óbvio, porque, “se enquanto presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor”, necessariamente, quando não estivermos presentes no corpo, estaremos presentes com o Senhor. Claro como a luz do dia.

        No versículo 7, Paulo abre parênteses para explicar o porquê dele haver dito que enquanto estamos presentes no corpo estamos ausentes do Senhor. O porquê disso é: “Andamos por fé e não por vista”.

Ora, do fato do apóstolo afirmar que enquanto estivermos presentes no corpo, isto é, enquanto não morrermos, como já vimos, estamos ausentes do Senhor, se subentende que, quando estivermos ausentes do corpo, estaremos presentes com o Senhor. E o fato dele haver dito entre parênteses que o motivo pelo qual ele disse que enquanto estamos no corpo estamos ausentes do Senhor é “porque andamos por fé e não por vista” revela que, quando estivermos ausentes do corpo, deixaremos de andar por fé e passaremos a andar por vista, ou seja, então veremos as coisas nas quais agora apenas cremos.

Isto fala duma existência consciente, e que os mortos estão com suas faculdades mentais em perfeito funcionamento; sim, o apóstolo não poderia dizer que quando um cristão morre deixa de andar por fé e passa a andar por vista, se o nosso verdadeiro “eu” não sobrevivesse à morte do corpo.

        Finalmente chegamos ao versículo 8, onde Paulo diz sem rodeios que desejava deixar o corpo para habitar com o Senhor. Ora, o que é “estar ausente deste corpo” ou “deixar este corpo”, como o diz o ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA, “para estar presentes com o Senhor”?

Já vimos, enquanto estudávamos juntos o versículo 1, que quando do arrebatamento da Igreja, não deixaremos os nossos corpos; logo, o apóstolo estava se referindo à morte, quando diz que desejava deixar o corpo para habitar com o Senhor. É possível raciocinar e chegar a uma conclusão contrária?

 

 II Coríntios 12. 2-8.

 

        “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro Céu. Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. Desse tal me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. Pois, se quiser gloriar-me, não serei insensato, porque direi a verdade; mas abstenho-me, para que ninguém pense de mim além daquilo que em mim vê ou de mim ouve.

        E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exaltasse demais, acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim” (Versão Revisada).

        Esta referência (II Co. 12.2-8) é mais que suficiente para provar por si só que o homem possui um espírito e que este pode viver dentro ou fora do corpo.

Assim sendo, fica claro que o homem sobrevive á morte do corpo, pois ele (o espírito) não depende do corpo para existir conscientemente. O que nos leva a fazer esta afirmação é o fato do apóstolo Paulo dizer que ele havia sido arrebatado ao Paraíso, mas que ignorava se esse arrebatamento havia sido no corpo, ou se fora dele.

Ora, o que é ser arrebatado no corpo? E o que é ser arrebatado fora do corpo? Ser arrebatado no corpo significa ter experiências iguais às que tiveram Enoque (Gn. 5.24; Hb. 11.5), Elias (II Rs. 2.1,11), Jesus (At. 1.9) e Filipe (At. 8.39,40).

E ser arrebatado fora do corpo é ser arrebatado em espírito e significa ter experiências similares às que tiveram Ezequiel (Ez. 8.3) e João (Ap. 1.10). Sendo assim, o espírito humano pode sair do corpo, ir a um determinado lugar, retornar ao corpo e ainda conservar lembranças do lugar visitado.

Alguém talvez objete, alegando que o arrebatamento no corpo pode ser apenas um estado de êxtase, que permite ao arrebatado ter a impressão de que subiu ao Céu quando, na verdade, não saiu do planeta Terra. Esta objeção é correta, pois realmente existe o arrebatamento de sentido” (At. 10.10 ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA).

Mas, no que diz respeito ao arrebatamento fora do corpo, sem dúvida se refere ao ato do espírito sair do corpo e voar ao lugar determinado por Deus.

Então, embora possamos admitir que ser arrebatado no corpo não seja, necessariamente, ter experiência similar às que tiveram Enoque, Elias, Jesus e Filipe, ser arrebatado fora do corpo implica em que o espírito se separe do corpo. E isto prova que o homem tem o seu lado espiritual, que este constitui o nosso verdadeiro “EU”; e que pode existir conscientemente à parte do corpo, não dependendo deste para viver e que, portanto, sobrevive à morte.

        Certo testemunha de Jeová disse-nos que “é errado pregarmos a imortalidade do espírito à luz de II Co. 12.2-8 porque, nesta passagem bíblica, o apóstolo Paulo não diz que ele foi arrebatado ao Paraíso fora do corpo. O que Paulo diz aí”, disse-nos,  “é que ele não sabia se tal arrebatamento havia sido ou não fora do corpo.

Ora, se Paulo não sabia se o referido arrebatamento se deu no ou fora do corpo, como dizermos que este texto prova que é possível ser arrebatado fora do corpo?” Mas lhe respondemos que nisto está a maravilha. Se o apóstolo não sabia se tal arrebatamento se deu no ou fora do corpo é porque ele admitia ambas as possibilidades; se ele admitia ambas as possibilidades, então é possível ser arrebatado fora do corpo; e se é possível ser arrebatado fora do corpo, só nos resta sabermos o que é isso. E o que é isso, senão o desprender-se o espírito do corpo e voar?

 

 Lucas 23.43

        “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.

        Este versículo é a resposta de Jesus ao ladrão penitente que suplicava e implorava a Sua misericórdia. Esta passagem bíblica deveria ser mais que suficiente para dirimir as dúvidas de um inquiridor sincero, quanto à existência de vida consciente no período intermediário, ou seja, entre a morte e a ressurreição.

Mas os adventistas do sétimo dia e os testemunhas de Jeová questionam esta tradução, alegando que este versículo está mal traduzido. Segundo eles, a tradução correta é: “... Deveras eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso”. Com esse “argumento” querem provar que Jesus não disse que o ladrão arrependido estaria consigo naquele mesmo dia no Paraíso, e sim, que Ele (Jesus) disse ao salteador que este estará consigo um dia no Paraíso, e informou-lhe na hora em que estava a prometer-lhe o Paraíso que esta promessa lhe estava sendo feita naquele dia.

Medite, porém, o leitor e responda para si mesmo: Havia necessidade de Jesus informar àquele ex-bandido que era naquele dia que Ele lhe prometia o Paraíso?

Não encontramos nada similar nas demais frases montadas por Jesus. Esta forma de expressar-se não caracterizava o Senhor Jesus Cristo. Se a tradução correta não fosse como se acha exarada nas versões clássicas, mas como querem os adventistas e os jeovistas, a palavra “hoje” ali contida seria supérflua.

É digno de nota o fato de que Jesus não compôs nenhuma sentença similar à que os adventistas e os jeovistas dizem que Ele formou. Por exemplo, não disse Ele a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo hoje: Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (queira ver Jo 3.3). Não é curioso o fato de Jesus não ter usado uma única vez a dição que dizem que ele usou em Lc 23.43?!

        Esse argumento, cujo objetivo é defender uma doutrina fabricada pelos homens, se fundamenta em duas bases não sólidas:

1a.) A pontuação é um recurso gramatical relativamente moderno, não constando, portanto, nos manuscritos antigos. Por esta razão, os russelitas (testemunhas de Jeová) e os adventistas se vêem no direito de correr com a pontuação a seu bel-prazer;

2a.) Dizem que, segundo o contexto bíblico, não há vida consciente entre a morte e a ressurreição.

        A primeira base seria sólida gramaticalmente, mas a segunda é um disparate teológico, pois, como já vimos e continuaremos a ver, a EXTINÇÃO e o SONO DA ALMA, pregados respectivamente pelos testemunhas de Jeová e pelos adventistas não resistem a um confronto com as Escrituras Sagradas.

 

 

 O Adventismo Recita Seus Textos Prediletos

 

 II Timóteo 4.8

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.

    Os adventistas alegam que a crença de que os mortos salvos estão no Paraíso colide com II Tm. 4.8, pois que este versículo diz que o apóstolo Paulo não acreditava que receberia a coroa imediatamente após a morte e, sim, “naquele dia”.

Mas os adventistas precisam saber que os mortos salvos estão no Paraíso sem as coroas, porque estas serão distribuídas no dia do arrebatamento da Igreja (I Co 3.12-15; 2 Co. 5.10;).

 

 

 I Coríntios 15.18

  

        “Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos”.

        Este versículo é, na opinião dos adventistas, mais uma prova de que os mortos não estão cônscios.

Alegam que “se os mortos salvos estão felizes com Cristo no Paraíso, o fato de seus corpos não serem ressuscitados não representaria nenhuma perdição”.

Mas o que o apóstolo Paulo está dizendo é que se Cristo não tivesse ressuscitado, Ele não seria o que Ele disse ser: o CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO, O IMPECÁVEL, O CAMINHO PARA DEUS e, sim, mais um embusteiro; e, deste modo, o Cristianismo fundado por Ele seria uma seita falsa, e perdido estaria quem tivesse morrido como seu adepto (Rm. 4.25; I Co. 15.12-58).

Claro, se Cristo não tivesse ressuscitado, estaria subentendido que Seu Sacrifício não teria sido aceito por Deus.

 

Entendendo Eclesiastes 3.18-19

 

        “Disse eu no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmo como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade”.

        Caro leitor, se um adventista lhe apresentar estes versículos com a finalidade de “provar” que a alma não sobrevive à morte do corpo, diga-lhe que Salomão não está dizendo que assim é, mas, sim, dizendo que ele um dia havia pensado essa bobagem. Chame a sua atenção para o fato de que as primeiras palavras dos versículos acima copiados são: “Disse eu no meu coração”, e que a interpretação é: “Eu pensei”. Ora, quem diz “eu pensei” certamente não pensa mais.

        Cremos ter deixado claro que quando a Bíblia diz que os mortos dormem no pó da terra (Dn. 12.2), está dizendo tão-somente que o corpo (e não a alma) dorme. O corpo dorme porque está inconsciente e destinado à ressurreição.

        Quanto a Ez. 18.4, que diz que “a alma que pecar, essa morrerá”, é bom lembrar que neste versículo a palavra alma significa pessoa. A palavra alma aparece na Bíblia com vários significados. Além disso, todo aquele que ainda não aceitou a Jesus como seu Salvador é uma alma morta, espiritualmente; porém, no versículo em apreço (Ez. 18.4), Deus estava apenas mandando apedrejar os que pecassem.

        Há outros textos correlatos a serem considerados, mas paremos por aqui e oremos pelos adventistas. Nossas orações falarão mais alto do que os nossos argumentos.